1938 - 2020
Gostava de dar brilho às coisas, às pessoas e à natureza. E não dispensava a pimenta na comida.
Ele se destacava, ou melhor, brilhava, fosse polindo alumínio, que tornou sua profissão, fosse colocando pimenta, que carregava escondido num saquinho, em qualquer comida. E fazia questão de se gabar do corpo atlético que o futebol havia lhe proporcionado.
Claro que não havia nada mais brilhante do que amar Irene, um amor de mais de 50 anos. Luiz cultivou o brilho natural da paternidade com Rosineide e Rosângela. E era tão natural que foi ser pai da natureza. Adorava cuidar de plantas e animais. "O pai que Deus me deu a honra de poder amar", resume Rosângela. “Eu vou melhorar”, costumava dizer.
Para ele, a honra e a felicidade residiam na família reunida. Principalmente no almoço de Natal, em que sempre compartilhavam um leitão (e que Luiz provavelmente abrilhantava com a pimenta tirada do bolso).
E existe algo melhor para um chefe de família exemplar do que encontrar Rosineide, que partiu em 2019?
Luiz nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Luiz, Rosângela Oliveira Cavalcante. Este texto foi apurado e escrito por Mariana Couto, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 29 de maio de 2020.