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Luiz Eugenio Velloso do Espírito Santo

1958 - 2020

Não precisava ter amado mais, nem ter chorado mais, nem arriscado mais... Fez tudo o que queria fazer.

Era um engenheiro mecânico descolado, elegante, bonitão, totalmente boa praça e que curtiu a vida.

Dono de um espírito aventureiro, adorava viajar e conheceu vários lugares do mundo. Ao lado da prima Lúcia, fez diversos passeios com a sua Saveiro – costumavam ir a Teresópolis, para aproveitar o fim de semana com os amigos.

Luiz e Lúcia cresceram juntos, colecionando uma série de experiências incríveis e únicas, desde a implicância sadia até o carinho especial que sentiam um pelo outro.

"Foi a primeira criança que conheci, com quem brinquei", diz a prima, que continua: "Ele me ajudava com as minhas festas no play como barman; debochava da minha altura quando usava salto alto, dizendo que de nada adiantava; foi me buscar no aeroporto quando retornei da minha primeira viagem para o exterior. São tantas lembranças, é como perder uma parte fundamental da própria vida."

A filha Mariana era sua maior paixão. Enquanto viveu, fez o possível e o impossível para ela.

Ele tinha o sonho de matricular Mariana na Universidade de Harvard quando chegasse a hora. Mesmo não tendo a oportunidade de fazer isso, sonhou ao lado dela e a ajudou a cumprir seus objetivos, fazendo parte de inúmeras vitórias.

Apelidado carinhosamente pelos familiares de Luizinho, era muito parecido com o avô, pois sempre era o anfitrião e recebia todos na sua casa com um churrascão de primeira, que somente ele sabia fazer.

Jovem de alma, nem mesmo o tempo pôde desgastar sua avidez pela vida. Também na aparência, o tempo não o desgastou, tinha belos cabelos abundantes e castanhos ─ nenhum branco ─ além do sorriso mais lindo do mundo todo.

Foi um mestre na arte de viver. Amou, chorou, arriscou, fez tudo o que queria fazer.

Luiz nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 62 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela prima de Luiz, Lúcia Helena Velloso dos Reis. Este tributo foi apurado por -, editado por Tayla Gomes de Souza, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 28 de dezembro de 2020.