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Maicon de Lima Padilha

1991 - 2020

Arrecadava alimentos e cobertores para ajudar o próximo.

“Se coloque no lugar do outro, sempre, isso mudará seu jeito de ver o mundo. E lembre-se, as melhores coisas da vida não são as coisas.”. Era com essa frase que Maicon - mais conhecido como Padilha -, seguia. Trabalhava como autônomo, e reiterava sempre que, dinheiro era apenas consequência dos esforços, o que importava de verdade era o amor pela família e a amizade.

Pessoa comunicativa, em 2010, tornou-se soldado no Batalhão de Comunicações de Porto Alegre (RS); todos já o conheciam pelo seu número: 953. Tinha paixão pela fala e era muito querido pelas pessoas; gostavam e paravam para ouvir o que tinha a dizer. De lá, se tornou um líder na vida - não apenas na dele, mas na de muitos. Amigo único e especial, ajudava seus colegas e familiares em qualquer ocasião que fosse.

Nos churrascos, nas partidas de futebol e nos aniversários da galera, sempre era o alto astral entre os amigos; arrancava facilmente sorrisos das pessoas, e era luz em todo canto. Um fato que ficou marcado para seus parceiros é que, durante esses momentos, não conversava apenas sobre ele, mas se importava em saber sobre o que se passava na vida dos colegas. Seus amigos dizem: Ele não tinha inimigos, era um homem a frente do seu tempo.

Pessoa honesta, benevolente e de muita fé, ajudou muitas pessoas durante a pandemia, foi capaz de alimentar e aquecer famílias, arrecadando alimentos e cobertores. Pedia para amigos e até mesmo pessoas não tão próximas, qualquer colaboração. Tinha um coração enorme que sempre ajudava o próximo.

Maicon nasceu em Porto Alegre (RS) e faleceu em Porto Alegre (RS), aos 30 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelos amigos de Maicon, Kauê Pereira Gidel e Luã Bertol Fontoura. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Luã Bertol Fontoura, revisado por Luana da Silva e moderado por Rayane Urani em 7 de novembro de 2021.