Manoel Bezerra da Silva

1966 - 2020

Comerciante de coração generoso, amigo das crianças e dos animais, no balanço da rede preservava a origem nordestina.

"Manél", assim como era conhecido por todos, foi um paraibano que fez de São Paulo seu lar. Durante vinte e três anos, foi comerciante e fez muitos amigos inclusive entre seus clientes, que faziam questão da presença dele no atendimento. Isso porque era paciente e tinha um comportamento sempre calmo, além de ser conhecido pela generosidade, que se manifestava especialmente na amizade com as crianças. Mas não eram apenas essas que amoleciam o coração do Sr. Manél, o xodó de sua vida era um cãozinho de nome Mimo, que ele carregava para onde fosse e tratava como a um bebê.

Nas horas de folga, rememorava o hábito paraibano de ficar deitado na rede balançando as pernas sem parar, enquanto assistia às novelas favoritas. Seu prato preferido era bife com batatas fritas, o que lembrava a criança que nele habitava. Ah, e sem esquecer que de sobremesa não poderia faltar o pudim de leite.

Com a amada esposa Cida teve os filhos: Manoela (24), Manoel Messias (23) e Marianne (19). A família sempre foi sua grande força e o caminho para a cura em todas as vezes que esteve doente por conta da depressão. "Acredito que meu pai não gostaria de ser lembrado como alguém perfeito, mas sim como uma pessoa que viveu sua vida tentando ser melhor a cada dia e compensar seus erros", diz a filha Marianne.

Consciente da finitude da vida, buscou em sua existência deixar os filhos bem-criados e com um “ganha-pão” garantido, como costumava dizer. No seu último contato com a família, fez questão de saber como todos estavam e não quis preocupar a família com seu estado de saúde. E foi assim durante toda sua vida, sempre cuidadoso com os outros, sendo lembrado agora como excelente pai, marido, cunhado, genro, sogro, irmão, filho e amigo.
“O vazio que a sua partida deixou parece não ter fim, o que nos consola é acreditar que um dia nos reencontraremos num lugar melhor. Faz muita falta e sentiremos saudades para sempre”, diz a filha Marianne.