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Marcelo Esteves Corrêa

1969 - 2020

Onde chegava trazia felicidade. Com um sorriso do tamanho do mundo, Bira também tinha um abraço casa.

Carioca e motorista executivo, carregava a simpatia por onde andava. Amigo fiel, estava sempre ao lado de quem gostava. Daqueles amigos que, em qualquer hora ou situação, se fazia presente.

Tinha na sua mãe o seu porto seguro. Cuidou e zelou por ela até o seu falecimento, por conta de um câncer. Era um ótimo pai, mesmo não sendo de sangue, para os filhos de sua primeira esposa. Ficou viúvo, mas nunca perdeu o que era sua principal característica: a alegria de viver.

Um homem de valor, que teve a oportunidade de realizar alguns dos seus sonhos durante a vida. Estava reconstruindo sua vida ao lado de Sylvia, sua atual esposa. Sempre pensando em se reerguer, teve a oportunidade de trabalhar com a equipe de Barack Obama, quando este era presidente dos EUA, e esteve no Rio de Janeiro.

Amigo, generoso, abrigo... Ele tinha a alma de uma criança. Gostava de brincar e mexer com todos que estavam ao seu redor. “Se cuida, por favor” e “tenha fé, amore”, foram as últimas palavras trocadas por Marcelo e Sylvia, antes de ser internado.

“Voa, amore. Te amamos para sempre”, disse Sylvia ao se despedir do marido, que completaria 51 anos, no próximo mês de dezembro.

Marcelo nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 50 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa de Marcelo, Sylvia. Este texto foi apurado e escrito por jornalista João Alvim, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 25 de junho de 2020.