Márcia Regina Ribeiro

1960 - 2020

Sempre de unhas vermelhas, era a calmaria em meio à tempestade. Com seu bom humor, fez muita gente sorrir.

Mulher forte, sábia e querida, Márcia era o amor da vida de muitas pessoas. Amada por todos que a conheceram, era doce e serena nos momentos mais difíceis, sempre conseguindo tirar algum ensinamento de situações que pareciam não ensinar nada. Era a calmaria no meio da tempestade.

Trabalhava no fórum da cidade de Lages, onde cultivou muitas amizades. Profissional responsável e dedicada, amava o que fazia e o fazia com muita maestria. Tinha caráter exemplar e era do time "o certo é certo". Amorosa e caridosa, estava sempre disposta a ajudar o próximo da forma que pudesse.

Gostava de dar conselhos e também era ótima nisso. Sempre calma, com seu jeitinho calmo e tranquilo colocava todos os pingos nos is. Trazia palavras de conforto e consolo, e depois de um abraço que era só seu, o mundo voltava ao eixo. O mundo cabia num abraço, o abraço de Márcia.

Vaidosa, sempre andou muito bem-arrumada. Gostava de colares e lenços, esbaldava-se com roupas elegantes. Sempre pintou a unha de rubi com rebu. A combinação de esmaltes era sua marca registrada. Usava o cabelo na cor natural, uma mescla de preto e branco que resultava numa linda tonalidade cinza. As pessoas sempre perguntavam se era pintado, ao que ela abria um largo sorriso para dizer: “É natural mesmo!”

Amava o perfume Noa, da marca Cacharel. Gostava de programas de decoração, sabia fazer tricô e crochê. Junto com a amiga e irmã de coração, Neuza, fazia bolsinhas e jogos americanos de patchwork.

Márcia era o amor da vida de muitas pessoas, inclusive de Carlos. Dividiram a vida, seus percalços e glórias durante 37 anos. Quando se conheceram, ela já era mãe de três crianças que ele adotou como filhos. Algum tempo depois, o amor transbordou um pouco mais e tiveram mais um filho. Carlos nunca fez distinção e sempre zelou e amou a todos igualmente. Márcia e ele partilharam as dores e angústias de uma vida inteira, ao longo de anos.

Estava sempre de bom humor, Carlos que o diga! Era o alvo preferido das piadas de Márcia. Sábia, ensinou muito sobre fé e perdão. Amava estar em família. Animada, adorava organizar pequenas comemorações em família e com os amigos. Não dispensava um café da tarde na companhia das amigas, nem um bom jantar na presença dos familiares.

Márcia partiu deixando saudade no coração de todos que tiveram a oportunidade de conviver com mulher tão querida e sábia. Agora ninguém mais tem o cabelo daquela cor e o cheiro delicado do perfume Noa parece ter perdido um pouco do encanto. Pouco tempo depois de sua partida, pôde desfrutar da companhia e do amor de seu amado Carlos, que também se foi, vítima da Covid-19. No outro plano, Carlos e Márcia seguem juntos olhando pelos que aqui ficaram em sua missão do lado de lá: estendendo o legado do amor que construíram para além da eternidade.

A história do esposo de Márcia também está no Inumeráveis e pode ser encontrada buscando-se por Carlos Roberto Garcia Barros.