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Maria Aparecida de Souza Siqueira

1945 - 2020

Amava o Natal. Costumava enfeitar o lar como se fosse a casa do Papai Noel.

Dedicada, costumava iniciar os preparativos para a comemoração natalina meses antes para garantir novidades todo ano.

Tinha um coração jovem. Sempre com um sonho ou um plano a ser realizado. Uma viagem, um passeio, não importava para onde. A ansiedade era tanta que a mala ficava pronta com 15 dias de antecedência.

Era a irmã mais velha amorosa, a mãe protetora, a avó que jogava videogame com os netos, a amiga sempre disposta a um bom bate-papo.

Quando o marido morreu, fez uma tatuagem no pulso para homenageá-lo: tatuou Landinho (apelido carinhoso para Orlando). Quem estava por perto brincava que ele estava só esperando ela chegar lá em cima para ter uma conversa sobre essa história de tatuagem. A essa altura já tiveram uma DR no céu.

Sua fé era bonita de se ver. Fazia das idas à missa do Padre Marcelo um evento. Seu último pedido, repassado pelo médico, foi: "Rezem a São José por mim".

A família garante que as preces continuam e que a casa será enfeitada para o Natal com o mesmo capricho e entusiasmo que dona Cida tinha.

Maria nasceu em Santos (SP) e faleceu em Santos (SP), aos 74 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Maria, Cristina Helena Siqueira. Este tributo foi apurado por , editado por Talita Camargos, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 20 de agosto de 2020.