1947 - 2020
Chamava de "físicas" as caminhadas diárias; em seguida, colocava seu "sonzinho" para dançar durante as manhãs, toda feliz.
Maria teve uma infância difícil. Era pobre e teve que assumir o cuidado dos seus dez irmãos após perder a mãe.
Casou-se muito nova e teve dois filhos: Antonio e Osmarina. Após o marido ir embora, trabalhou arduamente para sustentar a família: costurava e vendia pipocas, balas e roupas usadas.
A filha faleceu ainda pequena, e mesmo com todas as dificuldades, Maria adotou Osmar, uma criança com deficiência, e ainda ajudou o filho Antonio a criar os netos.
Era uma mulher íntegra. Multiplicava o pouco que possuía, e com o resultado dessa conta que somente ela sabia fazer, sempre ajudava os vizinhos e quem mais precisasse.
Maria morava em Breu Branco, no Pará, numa casa que construiu nos fundos do quintal onde mora um de seus irmãos. Ela adorava viajar e visitar os familiares. A única nora que Maria teve, Valdenicia, era considerada uma filha, e Antonia ─ a Toinha ─ uma de suas irmãs, sempre a considerou uma mãe.
Foi uma mulher que lutou muito, que sorriu para a vida, que foi mãe, avó, tia e amiga. Era querida por todos os vizinhos.
"Ficou tão feliz ao saber que iria ganhar uma bisneta", diz o neto Marcos, para quem a avó era a primeira pessoa a dar apoio, "mesmo sabendo que eu iria quebrar a cara", conta ele.
Para Marcos, faltam palavras que descrevam a avó, mas seu amor está presente na memória, por meio dos desejos expressos na frase que ela costumava dizer: "Siga seus sonhos e seja feliz!"
Maria nasceu em Timbiras (MA) e faleceu em Marabá (PA), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo neto de Maria, Marcos Antonio Lima Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Renata dos Passos e moderado por Rayane Urani em 22 de março de 2021.