1937 - 2020
Não importava as circunstâncias, mantinha-se sempre nas nuvens, como se sua vida fosse um pedacinho do céu.
Esta é uma carta aberta de Paulo Fernando para a sua mãe, Maria Celeste:
Dona Celeste: seu nome já diz tudo! Veio ao mundo trazendo consigo um pedacinho do céu. Por onde fosse, esbanjava sorrisos, doçura e encantamento.
Sorria para a vida mesmo quando esta não lhe sorria de volta. Suportava suas dores e mesmo que em alguns momentos reclamasse, nunca esmorecia. Suas mágoas, guardava para si.
À frente do seu tempo, foi uma das primeiras mulheres a trabalhar fora, em uma época onde isto era tabu. De alma aguerrida, ganhou inúmeros prêmios por sua excelência profissional. Conquistou respeito e admiração por onde passou. Tornou-se referência.
Dedicou-se de corpo, alma e coração à nossa relação. Mesmo longe, nem por um segundo, desistiu de mim. Nunca conseguirei expressar toda a minha gratidão por tê-la como mãe. Orgulhava-se de ser avó, bisavó e trisavó de lindas meninas.
Na maturidade, mantinha-se com o semblante sempre alegre e com muitos compromissos que lhe ocupavam boa parte do tempo. Cuidava com carinho de suas orquídeas, dançava e gostava muito de viajar. Por toda a vida, fez inúmeros amigos, pois, dominava como poucos, a arte de cultivar amizades. Com sua sinceridade, sempre mostrou os problemas que enxergava e nunca se negava em ajudar quem quer que fosse.
Sobretudo, era uma senhora com fé na vida, nas pessoas e, principalmente, em Deus.
Dona Celeste: retornou ao céu, deixando recordações e saudades infinitas como estrelas que orbitam em uma constelação.
Maria nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 83 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Maria, Paulo Fernando dos Reis. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Paulo Fernando dos Reis, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 10 de abril de 2022.