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Maria da Conceição Oliveira Vieira

1948 - 2020

Com histórias engraçadas e muita diversão, tornou inesquecíveis os encontros com os netos.

"Um doce de mulher: amorosa, sorridente e generosa"; assim a neta Renata descreve Dona Maria. Sua força dividia espaço com sua fé.

Gostava de aproveitar o tempo com os netos, compartilhando muita diversão e histórias engraçadas. “Era somente risada e muita alegria”, relembra a neta. Renata conta que as duas passavam horas ao telefone, inicialmente para tratar de um tema específico, mas nunca era assim. Acabavam sempre conversando sobre outros assuntos do momento, contando novidades e falando sobre a família, o que prolongava as chamadas. Na família, ela era conhecida como Dona Mara, um apelido carinhoso para diferenciá-la das tias que também são Marias.

Além de viajar e visitar amigas, Dona Maria gostava mesmo era de cozinhar e, segundo sua neta, fazia a melhor Torta Madalena. As flores também eram sua paixão: ela as plantava em vasos logo na porta de entrada de sua casa. Admirava todas as espécies, sem exceção.

O cuidado de si mesma podia ser visto nas unhas, sempre longas e pintadas, principalmente de vermelho, sem falar nos cabelos: fazia "coquinhos" ao dormir — e para ir aos bailes — para que ficassem bem enroladinhos. Suas roupas eram diversificadas e coloridas, refletindo o seu jeito alegre de ser.

Maria trabalhou na roça, juntamente com seu esposo e os cinco filhos: Carmen, Gilberto, Renato, Gilmar e Cido. Com a mudança para Curitiba, passou a trabalhar como doméstica.

"Ela foi a melhor avó do mundo", descreve Renata, trazendo à memória vários momentos especiais. Como a viagem de excursão que fizeram ao parque Recanto dos Papagaios, junto com sua irmã mais velha. "Era um lugar lindo e tinha árvores enormes". A avó alugou boias para que as netas pudessem ficar no rio e comprou tudo o que elas pediam. Renata se recorda até hoje do iogurte de morango com bolinhas que se misturavam ao iogurte que a avó lhe comprou um dia antes da viagem.

Alegria e amor acompanharam sempre Dona Maria ao longo do seu caminho.

Maria nasceu na Bahia (BA) e faleceu em Curitiba (PR), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Maria, Renata Pereira Vieira. Este tributo foi apurado por Luisa Pereira Rocha, editado por Hortência Maia, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 15 de setembro de 2021.