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Maria das Mercês Rodrigues dos Santos

1956 - 2020

Mulher guerreira! Sem a sua alegria, o céu de Barra de Jacuípe não será mais tão azul.

Barra de Jacuípe, com seu céu azul, altos coqueiros e praias de areia branca era o lugar preferido de Maria das Mercês - era o seu cantinho de paz no mundo.

Sua neta Francine nos conta dos bons e alegres momentos vividos aí com sua avó: “Boas lembranças das férias em Barra de Jacuípe, saudades de madrugar pra pegar o velho "frescão", chegar na casa e só dar o tempo de por o biquíni, fazer uma farofa e passar o dia todo na praia. Muitos risos, picolés, banho de mangueira e muita alegria... muitas saudades da minha avó Maroca”.

Maria das Mercês tinha um sorriso bonito e alegre, otimista, sempre via o lado bom da vida.

Foi casada com Carolino Cunegundes, mas foi também chefe da sua família e lutou para criar suas filhas Kátia, Rosemeire, Dinameire e Amanda. Elas e os netos eram a sua paixão, apesar de às vezes estarem “entre tapas e beijos”, como diz Francine.

Para dar conta da família, trabalhou como doméstica, balconista e comerciária. Mulher guerreira, “pau pra toda obra”, foi determinada à luta e nunca sucumbiu ao cansaço.

Apesar da luta diária, Maria das Mercês sabia se divertir: adorava dançar lambada, deitar numa rede, assistir novelas e ir para o interior.

Maria nasceu em Conceição de Feira (BA) e faleceu em Salvador (BA), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Maria, Francine. Este texto foi apurado e escrito por Beatriz Vasconcellos Dias, revisado por voluntário e moderado por Rayane Urani em 29 de maio de 2020.