Maria de Fátima Souza Nakajima

1941 - 2020

Autodidata, tornou-se a estilista mais renomada de Manaus.

De origem humilde, edificou uma linda família por meio da dedicação e garra ao lado do grande amor da sua vida, Robert. Cheia de atitude, parecia ter nascido fora de época, era uma fortaleza.

Quando o marido perdeu tudo, Maria de Fátima lutou bravamente sobre uma máquina de costura e conseguiu sustentar o lar. Mesmo diante de tantos obstáculos, por mais difíceis que fossem, jamais se abalava. Como costureira, dedicou-se arduamente ao trabalho e, com o suor de seu rosto e a habilidade de suas mãos, garantiu a realização de todas as conquistas da família, que era sua vida e motivação.

Contra qualquer destino que fosse, jamais desistiu de se capacitar e evoluir. Sem ao menos ter concluído os estudos formais ou frequentar cursos de corte e costura, tornou-se a estilista mais renomada de Manaus. Não havia ninguém que conhecia o mundo da moda e da alta-costura como ela. Uma mulher incrível autodidata: escrevia muito bem, entendia a língua japonesa e até o inglês ela arrastava.

Sua neta Rafaella conta que sua jornada foi como a de uma "protagonista típica de novelas do horário nobre, sabe? Uma mulher tão forte como uma muralha e tão sensível como uma pétala de flor. Como pode? Era a contraposição perfeita". Ela relata ainda que a avó foi contraprova do ditado popular de que Deus não dá asas às cobras, "porque, sim, não tenho medo de ousar em dizer que ela era perfeita, mesmo com todos suas singelas imperfeições, que a tornavam mais humanamente encantadora ainda. Corajosa, resignada, sensível, preocupada, passional e muito dedicada à família".

Sua vida deixou um verdadeiro exemplo de altruísmo e bondade por meio da incrível capacidade de se colocar no lugar do próximo e de fazer tudo que podia para ajudar.

Seguiu com honraria os planos de Deus e, repentinamente, se foi. Destino ou misericórdia divina, lutou como só ela sabia para conseguir despedir-se dignamente da família e do grande amor da sua vida, que se foi apenas oito dias antes de sua partida, cumprindo a promessa do "até que a morte nos separe", feita na união em casamento.

Cheia de orgulho e amor no coração, Rafaella escreve à essa avô que ficará eternizada na memória, no coração e em cada pedacinho da sua essência: "Que saudade de ti, meu amor! Aqui uma singela homenagem de sua neta que tanto te ama".

História de casal, para conhecer a homenagem escrita ao esposo busque por Robert Tatsuo Nakajima.