1951 - 2020
Reunia-se sempre com a família, onde quer que fosse, porque prezava a união de todos e queria estar presente.
Maria de Lourdes fazia o melhor cuscuz de milho, a melhor dobradinha e a melhor feijoada da vida, segundo o neto Paulo André. E era sempre com pratos saborosos que ela recebia a família em sua casa. "Chegávamos na casa dela, ela tinha a mania de colocar a mesa para todos comer, eram várias vasilhas que surgiam", lembra com bom humor o neto.
Zelava demais por sua família e resolvia tudo com seu jeito matriarca de ser. "Ela cuidava, amparava, brigava... Tudo por amor, sempre por amor", diz Paulo André. De fato, amava estar com a família onde quer que fosse, para dançarem e festejarem juntos. "Conseguiria reunir-se conosco numa mesa de oração ou de bar, porque queria sempre nossa união e estaria conosco onde estivéssemos", completa.
No dia a dia, era uma frequentadora assídua de fila bancária e de shopping. Era daquelas que sempre tinha um problema para resolver na rua. E adorava uma aventura também. Na última reunião em família, até jogar bola na praia jogou.
Em viagem para Gramado, no Rio Grande do Sul, a cena de Maria de Lourdes dançando com o sanfoneiro durante o passeio de maria-fumaça marcou a memória do neto. Ela tinha planos de retornar à cidade e sonhava em visitar Portugal.
Outro sonho era ter a casa no litoral de Salvador, que estava a ponto de se realizar. A construção estava em fase de acabamento, mas a horta recém-feita Maria de Lourdes já amava.
Maria nasceu em Salvador (BA) e faleceu em Salvador (BA), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo neto de Maria, Paulo André Santana Silva de Oliveira. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Manuella Caputo, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 1 de outubro de 2020.