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Maria do Carmo Silveira Pontes

1941 - 2021

Ensinou com exemplos os filhos a se amarem, se cuidarem e a serem cada dia melhores para si e para o próximo.

Para os vizinhos e amigos ela era a Dona Maria do Carmo, mas para a família era simplesmente a Carminha, nascida em em Minas Gerais, e que se mudou para Taubaté, São Paulo, no ano de 1970, em busca de uma vida melhor.

Mulher batalhadora, auxiliar de enfermagem na década de 80 e, exercendo a função de parteira, amava a maternidade. Tornou-se famosa pelos partos que fez e a filha Aline se recorda das inúmeras pessoas que iam visita-la trazendo filhos moços para se conhecerem, dizendo ter sido ela que os trouxera ao mundo.

Foi casada durante cinquenta e três anos com José Pontes, lutaram juntos, sempre com um amor inexplicável e assim construíram sua família. Mãe de três filhas, criou todas com muito carinho e zelo. Brava, todas tinham que andar na linha que traçava e, querendo o melhor para elas, as aconselhava muito e sempre tinha uma palavra de amor, carinho e consolo.

Teve quatro netas, um neto e uma bisneta e ajudou a criar todos com carinho e muito mimo, sempre afirmando que avó existia para mimar os netos. Sua maior alegria era ver todos juntos.

Era uma pessoa que via o lado bom de tudo, que não sabia guardar mágoa de ninguém e com o seu coração gigantesco, terminava suas conversas com a frase: “Calma tudo que acontece de ruim, filha, é pra melhorar!”

Religiosa, rezava o terço sempre pedindo por todos. Cheirosa, sempre estava arrumadinha e feliz, amava se cuidar. Adorava a casa cheia, fazia o melhor pão de queijo e o melhor pudim que não podiam faltar nas festas de família. Amava estar perto do mar desfilando com seus vários maiôs e, como dizia ela, estar perto do mar a fazia se sentir em paz.

Aline conclui sua homenagem afirmando: “Temos a certeza que fizemos o melhor por ela e ela por nós. O que fica é a saudade das suas risadas altas, das suas histórias e conversas de todo ensinamento de carinho e amor que nos ensinou. E ficamos na certeza que já já tudo vai ficar bem, pois sabemos que nossa estrela nos guia e nos ajuda de onde está.”

Maria nasceu em Paraguaçu (MG) e faleceu em Taubaté (SP), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Maria, Aline Silveira Pontes Pinto. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 8 de dezembro de 2022.