1944 - 2021
Apaixonada por conhecimento, vivia ávida por conhecer histórias de seus ancestrais e também sobre a vida de princesas de verdade.
Nascida no município de Campos Gerais (MG), Maria Isabel construiu uma vida dedicada ao amor pela família, a sua fé e ajudar aqueles que dela precisassem. Maria Isabel era a filha mais velha do casal, Claudomiro Rabelo de Oliveira e Jovita Silva, e casou-se com José Francisco, o grande amor de sua vida. Juntos viveram uma linda história e deixaram seis pedacinhos deles por aqui, seus lindos filhos: Wilza, Keila, Wilian, Klayton, Alysson e Jonatan.
Maria Isabel foi uma pessoa alegre, prestativa e disposta a ajudar a todos, amava sua família e se dedicava a ela com todas as forças do seu coração. Era uma companheira para todas as horas e a mãezona de todos. Professora aposentada, que durante sua carreira exerceu a curiosidade, o que a fez chegar longe. Apreciava ler, sabia muito de tudo. Gostava de se informar das histórias familiares, de perguntar sobre as raízes. “Quando tia Odete – irmã da minha avó Jovita – estava viva, desfrutava de boas conversas com ela e perguntava sobre as raízes da família, dos avós, dos bisavôs, das histórias familiares, para fazer a árvore genealógica - escrevia tudo para deixar anotado para as próximas gerações”, conta Geiza.
Irmã mais velha de quatro irmãos, passou de Maria ISabel para tia Bebel quando seus sobrinhos nasceram. Seu amor pela família não tinha limites - cuidava, protegia, ajudava, estava sempre ali por perto. Foi a tia que amava e estava presente na vida de todos os sobrinhos, por isso ganhou o título de tia coruja! “Foi a tia que acreditava nos sobrinhos, carinhosa, apegada a todos, que fazia longas ligações só para saber como estávamos. Além disso, diariamente, ligava para minha mãe, Lucinda, para baterem bons papos pelo menos 1 hora, 2 horas por dia - sempre presente nas nossas vidas”, recorda Geiza.
Tia Bebel, amava histórias de romance, aquelas com príncipes e princesas. Amor que se transformou em hobbie, sua princesa preferida era a Sissi, como o filme da Sissi Imperatriz. “No casamento Grace Kelly – a primeira vez que ela viu o casamento de uma princesa – isso a deixou fascinada e fizeram seus olhos brilharem, mas também o seu jeito de assistir fazia com que admirássemos a cena. Ensinou-nos a acompanhar aos filmes da Sissi imperatriz e, em 1984, aos meus 13 anos, eu encantei-me com a cena de uma princesa Lady Di casando com o príncipe, e isso tudo era muito mais por ela. Depois eu tive oportunidade de ir ao Império Austro-Húngaro - aquelas coisas que aprendi com a tia através dos filmes e ter visto isso ao vivo fez emocionar-me demais”, relata a sobrinha Geiza.
“Aos meus 10 anos de idade, quando todas as noites eu ia para casa de tia Isabel – a casa dela era na mesma rua que a minha - ao retornar para o meu lar, ela me falava: você vai pelo meio da rua, porque pode ser que tenha alguém nas esquinas te esperando, então nunca anda no passeio e isso ficou tão presente na minha memória que hoje quando a rua está deserta eu vou pelo meio dela. Um dia ela mandou um áudio dizendo que tinha sonhado casando com Pe. Fábio de Melo, depois que ela tinha ficado viúva, tia Isabel tinha umas falas marcante e que a fará ser lembrar sempre”, saudosa, relembra Geiza.
Mulher religiosa, católica fervorosa que evangelizava com seus presentes. “Todos temos uma oração, uma imagem presenteada pela tia Isabel. Rezava por todos os parentes, dizia o nome de cada familiar. Todos temos lembranças religiosas em nossas casas dadas por ela. Uma frase marcante que a tia sempre dizia: Eu evangelizo com os meus presentes. Ela só dava presente de religião. Quando montei meu consultório, em 1997, ela presenteou-me com uma imagem de Mãe Rainha e disse: Para você colocar no seu consultório, para te abençoar, para não te faltar trabalho – até hoje eu tenho essa imagem no meu consultório”, recorda a sobrinha.
“A minha mãe, Lucinda, falava que ela era muito inteligente. A tia achava todas as sobrinhas lindas. Ela tinha uma ligação muito especial comigo, me achava inteligente e chamava-me de Ruy Barbosa. Quando precisava de qualquer opinião, ligava-me e perguntava o que achava. Estimava muito os sobrinhos, sobrinhos netos, os filhos, todos tinham uma ligação muito forte com tia Isabel, porque ela era muito carinhosa, muito presente. Ultimamente a gente estava chamando-a de matriarca, porque era a mais velha das irmãs e a mais velha da família - já que minha avó já tinha partido”, conta a sobrinha.
“Eu particularmente, tenho que agradecer tudo o que fez por mim. Mostrou-me o lado encantado da vida, sempre estava por perto me fazendo sentir amada, inteligente e querida. Que falta está nos fazendo suapresença! Seguimos com seu exemplo de fé, caridade e amor! Que saudade, tia! Tia Isabel foi muito boa para mim, muito presente na minha vida. Uma tia muito importante em nossas vidas e que merece essa linda homenagem”, finaliza com carinho, Geiza.
Esta é uma história familiar. Para conhecer a homenagem feita a irmã busque por Lucinda Maria de Oliveira Vieira, e para ler a história do cunhado de Maria Isabel busque por Célio Vieira.
Maria nasceu em Campos Gerais (MG) e faleceu em Varginha (MG), aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela sobrinha de Maria, Geiza Mara Vieira. Este tributo foi apurado por Thalita Ferreira Campos, editado por Thalita Ferreira Campos, revisado por Claiane Lamperth e moderado por Rayane Urani em 14 de fevereiro de 2022.