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Maria Liand Brito Pales

1962 - 2021

A primeira de seu nome, primogênita, arteira da família e faladora da verdade.

Dona Maria sempre dizia que queria ser homenageada e receber flores em vida, mas viveu de tal forma que as homenagens das quais se fez merecedora da parte de irmãs, sobrinhos, filhas e netos se estenderam para depois de sua passagem.

Liand era filha de Aristóteles Pales e Adimar Brito, parte de uma família numerosa composta de 12 filhos. Ela não aceitava o rótulo de mais velha, mas se intitulava “a que nasceu primeiro”. Dizia ser a única que possuía um nome próprio exclusivo e original: “Quantas Liand você conhece? Nenhuma, só eu”.

Sempre muito alegre, divertida, mãezona dos irmãos, sobrinhos, filhas, netos e sobrinhos netos, as festas sem ela não tinham graça alguma. Li ou Dinha, como era chamada pelos irmãos, é lembrada como arteira, companheira, cúmplice nas artes dos sobrinhos, autossuficiente diante das adversidades da vida e pessoa com a qual todos puderam contar com a compaixão e o cuidado em todos os momentos necessários.

Para as filhas, uma mulher inesquecível, amiga, guerreira e de força; que mesmo nas dores, sorria; que fazia de tudo pelos netos, “até os netos cachorros”, como dizia; que adorava um pãozinho ou uma tapioca com manteiga, queijo e leite condensado, e que depois das comilanças ia fazer caminhadas para queimar as calorias. Ela falava o que tinha vontade, tão verdadeira que era, mesmo que às vezes suas verdades chegassem a doer.

Para os netos, foi uma avó preciosa, legal, amorosa e incrível – uma super avó.

Aos olhos dos sobrinhos era conselheira, forte, batalhadora, cuidadosa, amorosa, atenciosa, animada, divertida, era a alegria da família e falava muita besteira para arrancar gargalhadas de quem estava por perto. Era também a melhor cozinheira, pois fazia um bolo de chocolate que ninguém nunca fará igual.

Como cunhada, Liand marcou pelo seu dinamismo e constante motivação.

Para todos, suas ações diziam sobre um amor que cuida, que se doa pelo outro, que está em cada detalhe, que se preocupa e quer ver o outro feliz. Seu ser era puro amor!

Deixa muita saudade, mas também boas lembranças, bons risos e bom humor. Seu legado é a coragem, a força, a generosidade, a fé e o amor verdadeiro que sempre emanou.

Como disse um amigo: “A morte nos afasta materialmente das pessoas que amamos, mas não nos priva de seguir com elas. Depois que deixam de estar ao nosso lado, elas passam a morar dentro de nós”. Desta forma, Liand vive nos irmãos, nas filhas, no esposo, nos netos, no pai, na mãe e nos sobrinhos, e será sempre lembrada pelo seu amor e seu sorriso.

Maria nasceu em Maiquinique (BA) e faleceu em São Paulo (SP), aos 57 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Maria, Maria Liand Brito Pales. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Paula Ledo dos Santos e moderado por Rayane Urani em 12 de maio de 2021.