Maria Luiza Pimentel do Carmo Souza

1938 - 2020

Nordestina arretada, podia ser definida em duas palavras: força e amor.

Mulher guerreira. Foi esposa, mãe, avó, bisavó. Foi tudo e um pouco mais.

Maria Luiza, apelidada carinhosamente desde a infância por Luza, era sinônimo de amor e doação. Dedicou-se à família, criando duas filhas, uma neta e um bisneto. Amor não faltava em seu coração.

A filha de Dona Zita e seu Luís nasceu em Santaluz, na Bahia, e não fugia à regra: era uma nordestina de fibra. Octogenária, ainda gozava de muita saúde. A artrose havia acometido seus dois joelhos, mas isso nunca a impediu de ir a lugar algum. Adorava passear, sair para almoçar fora e viajar, principalmente fazer cruzeiros.

Era uma matriarca de mão-cheia. Mestre na feijoada, costumava preparar a receita aos domingos e chamar toda a família para apreciar. Todos enchiam a boca ─ e a barriga ─ quando o assunto era a feijoada deliciosa que só ela sabia fazer. Seus hobbies eram a costura e o crochê. Vovó coruja, adorava costurar vestidos para as netinhas e suas bonecas, que ficavam horas brincando vestidas e vestindo as pecinhas feitas pela vovó Luza.

Fã de carteirinha de Roberto Carlos, estava sempre ouvindo suas músicas ou assistindo aos shows do rei pela TV. Em 2019, teve a oportunidade de assistir, no cinema, à apresentação gravada em Jerusalém, foi uma alegria e um encanto só.

Luza era muito prestativa, principalmente com os mais necessitados. Estava sempre disposta a ajudar quem quer que precisasse de uma mãozinha. Os vizinhos eram também amigos. Três em especial, Dona Irá, Dona Zenaide e Dona Neuza, que eram praticamente da família.

Guerreira como Maria era, lutou bravamente contra a Covid-19. Infelizmente, perdeu a batalha, mas, de certa forma, ganhou a guerra. O legado de força, caridade e amor que Luza deixou aqui valem mais do que qualquer outra coisa.