1954 - 2020
Linda no apelido e no coração; era capaz de ficar descalça para dar os chinelos a quem mais precisasse.
Envolvida no preparo de pratos saborosos - com destaque à pamonha, ao pão de queijo e à rosca - ou nos caprichos de sua costura, era difícil encontrar dona Linda desocupada. Passados os anos de muito trabalho como costureira, a aposentadoria a fez se dedicar integralmente aos papéis que tinha prazer em exercer: o de esposa, mãe e avó.
Lindinha, como também era carinhosamente chamada, tinha em si o frescor da delicadeza, do aconchego e da simpatia. “Era impossível conhecê-la e não aquecer o coração. Ela marcou a vida de todos, da melhor maneira possível. Desconheço alguém que tenha alguma lembrança ruim para se recordar dela. Era amável e sempre muito próxima de todos”, descreve a neta Geovana
Foram 46 anos de união com Cícero Batista. Também vítima da Covid-19, a única separação que passaram durou menos de um mês - tempo que Cícero resistiu antes de se juntar a sua amada esposa.
Dona Linda tinha mania de sempre afirmar estar bem para não causar preocupação. Por vezes, o desassossego dela era mais com outros que consigo mesma; mas ela não conseguia agir diferente com o coração expansivo que possuía.
Lembrando dos finais de semana na casa dos avós e do costume que dona Linda tinha em levar a neta à feira aos sábados, Geovana revive com muito carinho a dedicação da avó, que sempre buscava um jeito de agradá-la comprando algo nos passeios que faziam.
O altruísmo que Maria Olinda, a Dona Linda, demonstrou ao longo de toda sua jornada, não passaram despercebidos e ficam registrados nas saudosas palavras de sua neta Geovana:
“Ela foi o bem maior de muita gente que passou pela sua vida. Foi um exemplo de pessoa forte e trabalhadora. Uma mulher incrível. É impossível ver uma máquina de costura e não se lembrar dela. Na verdade, tem um pedacinho dela em tudo (e em todos) os que tiveram a sorte de passar por sua vida!”.
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Para conhecer a história do esposo de Maria Olinda, acesse o tributo de Cícero Romão Batista.
Maria nasceu em Turvânia (GO) e faleceu em Aparecida de Goiânia (GO), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Maria, Geovana Campos. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Júllia Cássia, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 21 de março de 2021.