1945 - 2021
Uma avó festeira que, com seu amor, temperou tanto as delícias preparadas em sua cozinha quanto as relações de afeto.
Ela era única e original, a começar pelo próprio nome que não era Maria Aparecida como as demais e sim Maria Parecida!
Cercou de amor os filhos, os netos biológicos e os de coração, o irmão e as irmãs, o marido, os amigos e todos os que tiveram a sorte de conviver com ela.
Sabia fazer as melhores rabanadas, o melhor bolo de aipim, o melhor angu, os melhores biscoitinhos, que deixava em potinhos de vidro para oferecer às visitas. Ainda sobre suas habilidades culinárias, a neta Juliana conta um costume da avó: “Sempre que preparava alguma comida, nos perguntava que nota daríamos a ela. Claro que respondíamos que era nota dez, mil, um milhão. Então, ela dizia que era porque havia sido feito com amor. Tudo o que ela fazia, ela fazia com amor, com muito amor. Essa foi a maior lição que ela poderia ter nos deixado, o legado mais lindo de todos, porque ela amava nos momentos fáceis e nos difíceis com a mesma intensidade”.
E Juliana continua: “Ela sempre dizia que nos ter como família era um privilégio, mas, na verdade, o maior presente foi nosso, porque pudemos conviver com ela, compartilhar sorrisos e lágrimas. Minha avó era o nosso sol. Era ela que iluminava os dias mais escuros, que nos acalmava nos momentos de maior ansiedade, que juntava os nossos caquinhos quando não conseguíamos".
"Quando estávamos preocupados, ansiosos ou tristes, ela sempre dizia: 'Descansa o seu coraçãozinho'. Ela era o nosso porto seguro, o lugar onde podíamos descansar e nos refazer. Com um olhar e um abraço, tudo ficava um pouquinho menos complicado, porque sabíamos que ela estaria do nosso lado independentemente do que acontecesse. Quando ela se foi, deixou uma saudade do tamanho da importância dela nas nossas vidas, mas também deixou lembranças maravilhosas, que aquecem nossos corações todos os dias.”
Ela era a alma das festas, amava viver e celebrar a vida. “Quando eu era pequena, gostava de chamá-la de 'minha avó baladeira', porque ela amava uma festa. Sempre participava de confraternizações na igreja, com a família ou com os amigos. A festa nunca estava completa sem ela”, diz Juliana.
Uma das coisas que ela mais gostava de fazer era viajar. Passeou muito com as irmãs, com as amigas da igreja, com os netos, os filhos e o marido. Ela gostava especialmente de passeios de barco.
A religião era muito importante na vida de Parecida que adorava ir à igreja e viveu seguindo o exemplo de Cristo ao exercer a bondade e o amor fraterno indistintamente.
Juliana conta, agradecida, como tem convivido com a perda da avó: “Eu gosto de pensar que agora ela foi para a festa mais linda de todas, livre de todo o sofrimento que passou no hospital. Sei que ela continua cuidando de todos nós, amigos e familiares que ela tanto amava, e que ela vai permanecer viva graças a todas as memórias que construiu conosco".
"Obrigada, vó. Você foi, é e sempre será muito amada. Você foi a melhor avó, a melhor mãe, a melhor irmã, a melhor amiga e a melhor esposa que poderíamos ter tido. Nós te amamos demais. O seu sorriso e a sua risada fazem falta por aqui. Até a próxima!"
Maria nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Maria, Juliana Cavalcante do Amaral. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso e Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 26 de março de 2023.