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Marileisa Marta de Andrade

1948 - 2020

Mulher de aço, um exemplo de força e obstinação para as irmãs e a filha.

Marta, como era conhecida, estava sempre impecável com suas bijuterias douradas e era a máxima representante das estampas de animal print.

Forte e batalhadora, ajudou sua mãe na criação das irmãs e depois, criou sua filha Izabel, sozinha. Um verdadeiro exemplo de mulher para as três. Passou seus princípios e ajudou cada uma delas a ser uma boa pessoa, como conta sua irmã Marine: “a vida dela me marcou muito, sou toda ela”.

Trabalhou desde os 14 anos, quando se aposentou, afirmo: “Agora vou viver a vida!”, e assim o fez — visitava sua filha, viajava... e, realizou seu grande sonho, junto da irmã e amiga Márcia: Conhecer Paris.

Marta amava um bom debate, mantinha acaloradas discussões com os sobrinhos. Seus temas preferidos eram religião e política, sempre colocando, de forma contundente, aquilo que acreditava, não se importando com polêmicas.

Era uma mulher de muitos prazeres, como ler, andar pelo shopping aos sábados à tarde, tomar um café com bolo, passear com seu pequeno companheiro Chico, bater perna e uma boa taça de vinho.

Marta amou muito, tinha um coração maior que ela mesma, talvez daí vinha tanta força para lutar e proteger as mulheres de sua vida: sua mãe, as duas irmãs e sua filha.

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Marileisa foi uma pessoa querida e de personalidade forte. Tinha opiniões firmes e sempre tentava impor suas ideias. Foi perdidamente apaixonada pelos filhos Izabel e Chico e pelo amor de toda vida e o pai de Izabel, Cezar Flores.

Dona de um astral inigualável, foi uma pessoa à frente de seu tempo. "Digo que jamais conheci alguém tão cheia de vida, uma criatura sem igual" conta Guyl, genro de Marileisa. Ela era sorriso sempre estampado no rosto, num corpo com vestes de muito brilho e cor. Felicidade resume. Os mais jovens adoravam um bom bate-papo com ela. Estava sempre muito animada e disposta a passear pelas ruas e cafés do Rio de Janeiro como se nunca o tivesse feito.

Viajar também era uma grande paixão de Marileisa. Sua filha Izabel já viveu em Portugal e em alguns estados do Brasil, o que lhe cabia como uma bela desculpa para estar sempre viajando e visitando filha e genro onde quer que fossem, não havia oportunidade melhor para uma boa viagem.

"Um viva à sua vida, um salve à sua passagem por nossa terra de mortais. Temos muito o que aprender contigo, eternamente cheia de vida, onde quer que esteja..." diz Guyl.

Marileisa nasceu em Dois Córregos (SP) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã e pelo genro de Marileisa, Marine Andrade e Guyl Magalhães Moreira. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Jéssica Avelar, editado por Raiane Cardoso, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 2 de setembro de 2020.