1968 - 2020
Mara não sabia ser só e era toda amor, abraço e ombro amigo, "tia-mãe" que mimou demais os sobrinhos.
Mara, como era chamada pelos mais íntimos, era cativante, cheia de amigos e querida por todos.
Sonhava em ser mãe, mas infelizmente não foi possível. Realizou-se como pôde: através dos sobrinhos. Foi “tia-mãe” para todos os sete que teve. Adorava mimá-los e sempre foi uma pessoa presente na vida de todos eles. Quando eram crianças, Mara sempre comprava guarda-chuvas de chocolate e outros doces para os pequenos. Eles adoravam! Era amiga, mãe, tia, irmã. Mesmo quando as coisas não iam bem, lá estava ela, de braços abertos, acolhendo a família que tinha e amava.
Adorava cozinhar. Era impressionante como sempre tinha uma receita escondida na manga para preparar. Se era pega de surpresa e não tinha uma receita, não havia problema. Com certeza existia alguma história boa que ela ainda não tinha contado. Era a figura indispensável das festas de família e das confraternizações dos amigos. Mara não sabia ser só.
Não só viveu, como criou a sua própria história: com muito drama. Grandes amores, paixões, choros de alegria e de tristeza, muita coisa para contar. Marcou a vida de inúmeras pessoas, amou e foi amada. Deixou lindas memórias, um buraco enorme no coração de quem ficou. Soube amar a todos que passaram pela sua vida igualmente, sem importar cor ou classe social, de forma única. Foi amiga, tia, irmã, filha fiel. Viveu sem pestanejar.
Marilice nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Marilice, Amanda Regina Fernandes. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Bárbara Aparecida Alves Queiroz, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 20 de agosto de 2020.