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Mário Celso Pasqualin

1972 - 2021

Transformou incontáveis vidas através do conhecimento, mostrando o valor do aprendizado. Foi um grande mestre.

Mário cresceu com a presença dos pais e da irmã em uma casa simples, o que não impediu de viver os bons momentos que caracterizaram a sua infância feliz. As dificuldades sociais que experimentou durante seu desenvolvimento foram essenciais no seu interesse pelas ciências humanas, o que determinou a escolha das suas formações: sociologia e direito. Foi a escolha da carreira de professor que levou ao encontro de Rejane, que também atuava na licenciatura. Juntos, tiveram as duas filhas, Giovana e Giulia. “Tornou-se um excelente pai, cultivou com dedicação os bons valores em sua casa. Em família, ele gostava de passear e ir ao encontro da natureza, acompanhar o seu time do coração, o Athletico Paranaense, escutar músicas de rock, ver filmes e, nas férias, prezava pela convivência dele com os seus pais e as filhas na praia”, exalta Rejane.

O gosto pela política e pela educação pautaram todas as relações do Mário Celso. “Ele adorava compartilhar e aprender, e sempre fez questão de participar ativamente da política e passar esse interesse para a família e os amigos que ficaram. Mário Celso deixou como legado a todos que tiveram o prazer de conhecê-lo que o conhecimento realmente transforma e liberta, e que aprender nunca será em vão”, resume a companheira da vida de Mário Celso.

“Ele foi como um herói para mim, para a minha irmã, mãe e todos que conheceram a pessoa excepcional que era o meu pai. Com orgulho, a pessoa mais inteligente que eu conheci, mais respeitosa e dedicada com todos que amava. Ele não deixou a mim nenhuma lembrança ruim, ele era a pessoa mais bondosa de todas", conta a filha Giovana.

Giulia e Giovana compartilham um sentimento descrito em texto pela primogênita: "O melhor em tudo que foi, o melhor pai e melhor professor. Apesar de não ter sido sua aluna em sala de aula, fui sua aluna da vida e felizmente ele me ensinou a ser quem eu sou hoje, me educou, me ensinou muito bem política, sociologia e até um pouquinho de Direito”, escreveu a filha Giovana.

Ela conta que Mário Celso era um grande e verdadeiro companheiro. “Gostava de assistir o mesmo filme várias vezes... Ele me apresentou 'Tempos Modernos', de Chaplin, aos 5 anos, e, a cada idade, um sociólogo novo, um ensinamento novo, que eu jamais esquecerei. Meu pai também foi companheiro na minha saga para decidir por um curso na faculdade, que, infelizmente, não vai nem poder me ver entrar... Logo ele, que amava estudar e ter passado na Universidade Federal... Como se orgulhava disso"! A filha lamenta o fato de o pai não ter se aposentado para morar na praia, como tanto sonhava.

“Passei 17 anos ao lado do melhor homem do mundo e agradeço muito por isso. Agora quem fica com ele é o céu, que ganhou mais uma estrela. Fico na saudade do meu pai que eu tanto amei, e nunca deixarei de amar”, finaliza Giovana, um dos grandes amores da vida de Mário Celso, junto de Rejane e Giulia.

Mário nasceu em Curitiba (PR) e faleceu em Curitiba (PR), aos 49 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa de Mário, Rejane Gonçalves de Oliveira. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Patrícia Coelho, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 3 de julho de 2023.