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Marlene Lopes de Souza

1949 - 2020

Avó vaidosa com seus cabelos longos. Viveu intensamente, festejando a vida ao som das apaixonadas músicas bregas.

Marlene foi casada com Cabral e esteve perto de completar os quarenta anos de matrimônio, suas Bodas de Esmeralda.

Mãe de quatro filhos: Aroldo, Marlucy, ambos de seu primeiro casamento, e Valdeglassom e Joaquim, frutos de seu casamento com Cabral. Graças a eles, Marlene se tornou avó de nove ― Arislene, Aquiles, Raine, Paulo, Pedro, Ingrid, Alana, Kenia e Kennedy ― e bisavó de cinco ― Henrique, Artur, Alice, Artur e Laura.

Como descreve a neta Arislene, Marlene era fisicamente linda, "foi muito bela quando jovem e ainda guardava traços dessa beleza", da qual se orgulhava tanto. Vaidosa a vida toda, "era bem exibida, adorava seus cabelos compridos".

Marlene gostava muito de música "apaixonada", definição que ela dava para a música no estilo brega. Também gostava de passear, viajar e cuidar de seus animais de estimação, "criava galinhas, patos, cachorros, jabuti, tinha até um peru", revela Arislene. Católica, ia à missa todo dia 13 para pagar uma promessa, e tinha planos de visitar Aparecida do Norte em 2020.

Como boa amante da vida, Marlene gostava de viver e fazia de tudo! Dançava, pescava, amava festas em sua casa, não passava "em branco" nenhuma comemoração. "Até mesmo quando o aniversariante não estava, ela não deixava de comemorar", conta a neta. A própria Marlene fazia as comidas com muita fartura, incluindo o sempre muito elogiado vatapá de camarão que não podia faltar.

Alegre, divertida, prestativa e amorosa, Marlene "soube ser avó", avalia Arislene. Cuidou e mimou, especialmente dos netos que conviveram com ela, os quais amavam passar os finais de semana em sua casa. Sua força se faz presente nas lembranças deixadas e dadas: "Ela foi minha fortaleza, tudo que tenho em toda minha casa tem um pedacinho dela, adorava me presentear, nunca esqueceu uma data comemorativa, tenho guardados na memória muitos momentos da minha avó."

Arislene também rememora a despedida da avó, os pedidos feitos e a troca de afetos. Um momento que ficou marcado ainda por outros sentidos para a neta, que encerra: “eu nunca vou esquecer do seu cheirinho e do seu olhar”.

Marlene nasceu em Araras (RO) e faleceu em Porto Velho (RO), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Marlene, Arislene de Souza Lopes. Este tributo foi apurado por Thyago Soares, editado por Rosimeire Seixas, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 28 de outubro de 2020.