Maurício Bastos Vieira de Vasconcelos

1942 - 2020

Engenheiro por amor e pai orgulhoso, do tipo que adorava apresentar aos amigos a "ficha completa" de cada filho.

É o filho Maurício quem relata, abaixo, a chegada de seu pai à nova morada:

"Hoje é dia de festa no Céu. Tenho certeza que o nosso 'Capitão Furacão', já chegou fazendo alvoroço, no seu summer jacket branco, com faixa bordô e blusa de seda.

'Dr. Maurício Bastos Vieira de Vasconcelos', ele se apresentou e continuou: 'engenheiro, empresário, tricolor, fluente em francês, marido, filho e irmão amado, pai de seis filhos e avô de quatro netos.'

Em seguida já foi querendo saber onde seria o 'Ponto M', o ponto de encontro oficial para reunir amigos e familiares em rodas de conversa, cantorias, declamando poesias e poemas, em momentos que duravam a noite inteira.

Contando sobre as viagens com sua eterna companheira M. Edyr e as aventuras em cada cantinho desse mundo.

Falando de cada filho e se orgulhando de apresentar detalhadamente a 'ficha' de cada um.

Falando também com amor dos netos e se queixando de 'como, com tantos filhos, eu tenho tão poucos netos'."

Maurício, o filho, finaliza sua homenagem com um poema de Carlos Drummond de Andrade, que ele decorou de tanto ouvir o pai declamá-lo:

"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."
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E despede-se do pai: "Vou sempre te amar, nosso eterno Popozão!"