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Maurício Garcia Veloso

1967 - 2021

Engraçado e divertido, criava apelidos estranhos e inventava caretas para aparecer nas fotos.

Maurício saiu de casa aos 14 anos, sem que isso comprometesse os vínculos ou diminuísse a noção de importância da família para ele. Conduziu sua vida com trabalho e perseverança. Contador inteligente e metódico, ele entendia um pouco de muitos assuntos.

Gostava de andar sozinho pela cidade e parecia flutuar quando falava de seus sonhos e planos. Ensinava música aos sobrinhos e presenteava a sogra com CDs de trilhas sonoras das novelas. Gostava de rock, especialmente Pink Floyd, e também de Beto Guedes e Lana Del Rey. Misturava estilos da mesma forma com que combinava as frutas que costumava comer.

Para os três filhos, era o leão protetor que preparava o jantar com batatas-fritas no formato das iniciais dos nomes e que preenchia a casa com o perfume do sabonete após o banho. Incentivava as brincadeiras e se divertia observando-as de longe. Nos passeios pela praça, havia sempre pipoca, tacacá, navio fantasma e mãos sempre dadas.

Tinha um jeito engraçado de inventar apelidos estranhos e carinhosos, além de possuir repertório extenso de caretas para serem usadas nos momentos das fotos.

As dificuldades as quais enfrentou ao longo da vida ajudaram a definir sua força e aguçaram a sensibilidade. Sem guardar mágoas, ele conservou o coração puro e capaz de perdoar.

Maurício nasceu em Iguatama (MG) e faleceu em Manaus (AM), aos 54 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Maurício, Camilla Rosa Teles Garcia Veloso. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Marina Machado Pereira Lins, revisado por Lícia Zanol e moderado por Rayane Urani em 16 de junho de 2021.