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Maurício Roberto de Paula

1954 - 2020

Amava o mar, a praia era o seu lar. Gostava dos pássaros livres, assim como era o seu espírito.

Seu Maurício foi um homem de espírito livre que colecionou sonhos e batalhou para conquistá-los. "Meu pai era corajoso e sempre nos incentivava a não deixarmos nossos sonhos de lado", diz a filha Daniela.

Dedicou sua vida ao trabalho. Era construtor e, também, adotou o ofício de consertar relógios, os quais amava presentear seus entes queridos.

Foi um bom pai e, como avô, foi excelente! Estava sempre presente e vibrava a cada descoberta das crianças.

Ele incentivou muito os filhos nos estudos: queria vê-los fazer conta de cabeça com facilidade, assim como ele fazia. Quando esses ainda eram pequenos, tinha o costume de levá-los para andar de moto, que era uma das suas paixões.

Outra grande paixão de seu Maurício era a natureza. Essa ele fez questão de transmitir aos filhos. "Uma vez ele soltou todos os passarinhos que meu avô prendia na gaiola, foi uma confusão só! Todas as vezes que íamos ao pé de manga em Minas Gerais, esse ato de coragem vinha a nossa memória, pois o meu avô era bem bravo", relembra a filha.

Estava sempre na praia e quando teve a oportunidade de levar os filhos, fez um isopor de prancha e dizia que eles já estavam nadando, rendendo boas risadas.

Amava o som das ondas do mar e, nele, recarregava as suas energias.

Seu Maurício não gostava de bagunça. Era muito fácil identificar quando algo o incomodava, pois sempre coçava a parte de trás da cabeça nesses momentos.

Gostava mesmo era de calmaria, comida fresquinha e cedo, como dita o costume mineiro. Refrigerante de cola no almoço de domingo, angu e quiabo eram seus aliados.

Tecia sempre uma crítica à comida das pessoas, às vezes amava, às vezes faltava ou sobrava alguma coisa. Era dono do melhor arroz doce desse mundo todo!

Católico, cheio de fé, era devoto de São Jorge.

Seu Maurício teve muitas paixões. Ele também amava tirar fotos, graças a isso, a família tem registros únicos.

Como construtor, realizou obras lindas, no entanto, sua construção mais extraordinária foi o legado que deixou em sua trajetória de vida.

"Voe, pai! E lá de cima nos abençoe infinitamente. Ilumine a cada um dos seus netos, doce vovô Maurício", declara Daniela.

Maurício nasceu em Piraúba (MG) e faleceu em Petrópolis (RJ), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Maurício, Daniela Roberta de Paula Pereira. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Tayla Gomes de Souza , revisado por Renata Nascimento Montanari e moderado por Rayane Urani em 19 de abril de 2021.