1952 - 2020
Fazia “um cafezinho e puxava um dedo de prosa”, era seu jeitinho especial de receber as pessoas.
"Meu pai adorava chupar laranja vendo os carros na avenida", a filha Juliana inicia seu relato assim.
Ele deixou a esposa, três filhas, três netos, dois cachorros e um gato. Seu Mauro era um homem "de família".
Acolhedor, quando se aposentou passou a cuidar da neta para a filha poder trabalhar.
Sabia muito bem aceitar as pessoas como elas são, acolhia e cuidava. O respeito e a compreensão foram virtudes que ele ensinou.
Amava os "netos" de quatro patas que as filhas adotaram e, ver seu colo com um “montinho de pelos” a se aquecer, era bem comum.
Desde que se aposentou, vinha alimentando um sonho. Sonho bem-planejado e detalhado, bem característico dos sonhadores: esperava a esposa se aposentar para se mudarem para Caraguatatuba, "morar na praia", como ele dizia. "Não deu tempo", lamenta Juliana.
Ah, e não daria para deixar de comentar sobre a paixão dele pelo time da cidade, o Paulista de Jundiaí. Era uma enorme paixão!
Juliana conta que, por incrível que pareça, quando a família decidiu vender o Uno branco, 2002, o carro dele, descobriram que a compradora morava em... Caraguatatuba!
Desconfiam que ele deu um jeito de pegar uma carona até lá...
Mauro nasceu em Jundiaí (SP) e faleceu em Jundiaí (SP), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Mauro, Juliana Débora da Silva. Este tributo foi apurado por Hélida Matta, editado por Hélida Matta, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 26 de junho de 2020.