1956 - 2020
Fica a doce lembrança de seu aceno quando descemos a viela.
Mãe terna e zelosa, sua vida se resume ao cuidado, tanto dos seus quanto do próximo, função em que empreendia força e doçura. Era preciso fazê-la lembrar de si mesma, pois estava sempre a serviço de sua família, respeitando as escolhas de cada um e ajudando no que pudesse.
Sua filha, Raquel, fala de sua fé simples e silenciosa: acompanhava cada um que saísse, os filhos ou o marido, até o portão e só voltava quando terminavam de descer a viela. Daí entrava, mas entrava rezando, pedindo proteção.
O melhor feijão era dela, o que rendia comentários entre os amigos, "o feijão da dona Mercedes", conta seu filho Rodrigo. "Fica a doce lembrança de seu aceno quando descemos a viela", diz sua filha Ana Maria.
Mercedes foi trabalhadora, mãe, esposa de José por 38 anos e avó de Rafaella.
Mercedes nasceu São Sebastião do Maranhão (MG) e faleceu São Paulo (SP), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.
Jornalista desta história Luciane Recieire, em entrevista feita com filhos Ana Maria Fernandes Cardoso, Raquel Fernandes Cardozo da Silva, Rodrigo Fernandes Cardozo, em 21 de maio de 2020.