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Milton de Oliveira Santos

1935 - 2021

Apaixonado por esportes, dominava o controle da TV como ninguém - podia assistir até três jogos ao mesmo tempo!

Amava um cafezinho. Gostava também de ler. Era autodidata e muito inteligente.

Seu Milton era muito bom com as palavras. No trabalho conheciam ele como "o advogado" pois, ainda que não fosse advogado, falava e escrevia muito bem. Assim, quando acontecia algum problema interno, procuravam ele para apresentar a defesa.

Um contador de histórias nato. Amava compartilhar elas com os netos, apelidados carinhosamente pelo avô como nitinhos e nitinhas.

Os netos eram sua paixão. Estava sempre sonhando com um futuro brilhante para eles e rezando, pedindo para Santa Rita de Cássia que os protegesse de todo mal.

Era apaixonado por jogos esportivos, o Vôlei era o seu predileto, quando morou no Rio de Janeiro, divertiu-se muito jogando em Copacabana. Assistiu diversos jogos antigos durante a pandemia e estava ansioso para ver as Olimpíadas.

Passou por muitos momentos difíceis, mas suportou todas as batalhas da vida como um guerreiro. Tal era a sua força, que a família brinca dizendo que seu Milton não tinha veia no coração, tinha fibra óptica.

Em sua juventude, amava sair de casa, passear e viajar. Numa dessas aventuras, teve a oportunidade de trabalhar na fundação de Brasília. "Cigano do asfalto. Rio de Janeiro, Belém, Brasília... sempre havia uma história cômica" lembra com carinho o filho Marcus Thulio.

Com o tempo, seu Milton foi ficando caseiro. Em homenagem ao avô, uma de suas "nitinhas" fez uma arte gráfica do Up Altas Aventuras, pois ele gostava muito de ficar em casa assistindo seus jogos.

Era do tipo alto astral. "Sempre que me acordava pela manhã para ir para a escola, soltava frases engraçadas com o intuito de me motivar." relembra com alegria esses momentos, o filho Marcus Thulio.

Esse jeitinho de seu Milton permitiu que ele conquistasse um amigo durante os seus últimos dias de vida. "Seu pai foi um guerreiro, lutou até o fim. Me apeguei muito a ele, homem muito bondoso" declara o cuidador Ruan.

Seu Milton pôde curtir muito os filhos e vivificar cada dia mais o amor que sentia por eles. Esse amor se multiplicou com os netos e permanece intacto dentro do coração de cada um.

"Jamais esqueceremos dele. Nosso velhinho!" declara a filha Michelle.

Milton nasceu em Belém (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Milton, Michelle Laranjeira de Oliveira Santos. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Tayla Gomes de Souza, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 29 de abril de 2021.