1947 - 2020
Fez da vida uma interminável festa.
Milton era o típico festeiro: narrava quermesse, promovia apresentações de duplas sertanejas, amava os almoços em família e o churrasco “com a galera da rua” – enumeram o filho Anderson e a nora Bruna.
Para sustentar a família, junto com a esposa Zeni, com quem era casado há quarenta e sete anos, trabalhou como carteiro, padeiro e metalúrgico. Mas se consagrou como chefe de cozinha: cozinhava como poucos, chegando a ter seu próprio restaurante. Entre suas especialidades estavam os salgados.
Fiel às raízes do interior paulista, esse morador da Zona Leste paulistana teve um bar que legou a ele o apelido de “Miltão Sertanejo” por causa dos shows de música que organizava. Apreciava modas de viola.
No bar, trabalhava com os dois filhos. A “cara fechada” não era para levar a sério: “brincava com todos na rua, deixou muitos amigos”, relatam seus familiares. “Não ouvia muito bem”, prosseguem, “e mantinha seu bigode impecável”. Seus sonhos? Trocar o portão e vender frango assado.
Milton nasceu em Terra Roxa (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho e pela nora de Milton, Anderson Luís Covino e Bruna Alves. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Joaci Pereira Furtado, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 27 de dezembro de 2020.