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Mônica Malaquias dos Anjos

1961 - 2020

Uma luz que deixava iluminada a vida de todos.

Mônica, uma dos 12 filhos da família Malaquias dos Anjos e, talvez, a mais espirituosa de todos. Criança arteira e criativa; criava, junto com os irmãos, brinquedos e formas de brincar que ocupavam suas tardes. Seu amor era uma luz que deixava iluminada a vida de todos.

Professora dedicada, acreditava que cada pessoa tinha o seu processo de aprendizagem. Até mesmo os mais complicados, não desistia de ninguém!
Exemplo de professora e amada pelos seus alunos. Foi convidada a ser madrinha de vários dos filhos dos seus ex-alunos. Durante sua longa e bem-sucedida trajetória como professora e diretora de escola, sonhava com a transformação da vida por meio da educação.

Delicada e atenciosa, adorava presentear quem estivesse por perto. Quando não comprava o mimo, era algo cultivado por suas próprias mãos, direto de sua plantação, o Recanto da Alegria, que lhe ocupava sempre os finais de semana. Ali, “Mônica vivia com plenitude cada instante, buscando, sonhando, batalhando, plantando, colhendo, conquistando e partilhando a felicidade tão sonhada e que tanto merecia”, lembra Margarete, sua irmã.

Mulher forte e defensora da luta social da mulher, dizia que para ela, não existiam modos de restringir o ato de ser mulher e sim, escolhas de cada uma. Ela mesma decidiu ser mãe somente quando seu coração falou mais alto. Esperou o tempo certo e teve Virgínia.

Mônica não viajava muito, mas uma viagem à Bahia é lembrada com carinho pela sua irmã Margarete. O destino escolhido foi o Sítio do Conde, cenário do filme Tieta e, além das lembranças do lugar paradisíaco, lembra que ela dirigiu até o destino, mesmo sem muita experiência no volante. Sua irmã, que não viajou, só se acalmou com a sua chegada, recebendo de Mônica, uma foto da paisagem local.

A casa de número quatro, seu lar e seu aconchego, esteve sempre cheia, seja pelos dois gatos, dois cachorros, um cágado, um papagaio e várias galinhas, todos adotados por Virgínia. Lá, sempre havia no cardápio: galinha caipira, cuscuz de milho ralado em casa e feijoada, as comidas preferidas de Mônica.

Torcedora apaixonada pelo Vasco da Gama, amava também ouvir Raimundos e Fagner.

Mônica nasceu em Arapiraca (AL) e faleceu em Arapiraca (AL), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Mônica, Margarete Malaquias. Este texto foi apurado e escrito por Klebson Candido, integrante do Projeto de Extensão da Universidade Federal de Alagoas, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 31 de julho de 2020.