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Myrthes del Rosso Bueno Silveira

1937 - 2020

Foi uma mulher elegante, independente, determinada... e apaixonada por bombom de cereja.

Myrthes não deixava que seus sobrinhos a chamassem de tia, pois segundo ela, isso envelhecia.

Mulher independente e livre, na juventude desejou ser aeromoça e chegou até a retirar seu uniforme da Panair do Brasil, uma das principais companhias aérea do país na época. "Mas foi proibida de voar por minha avó, que achava que o avião iria cair", conta o sobrinho Diogo.

Myrthes foi percorrer em outros corredores. Atuou como servidora da Assembleia Legislativa de São Paulo e trabalhou nos fóruns de Campinas e de Paulínia, no interior do Estado.

Vivia sempre elegante e, por esse motivo, chegou até a ganhar uma faixa em uma excursão para o Rio de Janeiro. Adorava se arrumar e demorava horas para sair de casa, assim como amava passear, viajar e "bater perna". Gostava da Montevidéu e da Buenos Aires daqueles tempos.

Ela possuía, definitivamente, um espírito alegre e não gostava de tristeza. Mesmo nos momentos em que era mais difícil de se lidar, mostrava-se humana, e isso significava que era transparente, fosse para bem ou não.

Faleceu no mesmo dia que sua mãe, Olympia. Myrthes deixa saudades a um irmão, três sobrinhos, uma cunhada, quatro sobrinhos-netos e um sobrinho-bisneto.

Myrthes nasceu em Amparo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo sobrinho de Myrthes, Diogo Bueno Silveira. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Débora Zanchi, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 9 de agosto de 2020.