Nair de Lima Alves

1981 - 2021

Caridosa e alegre, implementou a terapia do abraço entre seus colegas de trabalho.

Ela era uma mulher cheia de vida e luz, que fazia parte de várias obras de caridade, doando seu tempo e dedicando-se àqueles que mais precisavam de ajuda. Mas o que ela oferecia de mais precioso era o amor e a atenção. Em um abrigo na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ela trabalhou voluntariamente para acolher crianças vítimas de abuso. Contudo, a participação mais marcante e da qual muito se orgulhava, aconteceu durante a viagem que fez para um projeto de socorro aos moradores do Rio Xingu. Mostrava as fotografias e contava, com os olhos brilhando, as histórias de superação daqueles a quem ofereceu sua mão amiga.

Nair era muito amada e estimada por todos que a conheciam, por ser muito generosa, amável, hospitaleira, carinhosa, atenciosa, intensa, bem-humorada. Destacava-se por estar sempre a ajudar os mais necessitados e onde quer que fosse levava consigo a leveza da alegria. Era uma pessoa muito divertida, que apreciava uma boa companhia e uma boa conversa, mas que também tinha a rara qualidade de saber divertir-se sozinha.

Nas horas vagas ela gostava muito de ler, principalmente livros de biografia que retratassem histórias de superação, como a de Madame Guyon. Assim como a religiosa francesa, Nair viveu uma vida dedicada a Deus. Contudo, ela também gostava de uma boa ficção e tinha uma predileção especial pela literatura de Jane Austen. Ela também assistia a muitos filmes, tanto aqueles dos quais conseguia tirar reflexões, quanto os que dela tiravam sorrisos, como as comédias românticas.

O seu amor por conhecer coisas novas, além de fazê-la ir em busca de histórias por meio da literatura e do cinema, também fez com que viajasse muito. Ela tinha uma mente expansiva e um espírito livre, que somados ao fato de ter trabalhado em uma empresa de aviação, fez com que conhecesse diversos lugares. Em uma de suas viagens, Nair foi conhecer os familiares do seu pai, no interior de Pernambuco, e voltou para casa cheia de fotos, de memórias boas e muito feliz por ter reencontrado suas raízes.

Os filmes românticos que Nair assistia podiam parecer história de cinema para os outros, mas não para ela, que sonhava encontrar o seu príncipe encantado. Esse foi, durante muitos anos, seu maior desejo. Ela chegou a acreditar que nunca se realizaria, até que conheceu Gileandro. Com o jeito Nair de ser, cheio de energia, o namoro durou apenas dez meses; em três preparou tudo e então se casou. O fruto desse amor veio também de forma rápida.

A princesinha, Esther, em muito alegrou o coração da sua mamãe Nair. A cada etapa dessa nova fase, mais contente ela ficava. Da montagem do enxoval aos detalhes do quartinho — e passando pelos exames de ultrassom —, ela se realizava vendo o seu desejo de ser mãe se concretizar. E quando Esther nasceu, Nair passou a viver intensamente cada instante que passava junto da sua filhinha.

Quanto ao trabalho, todos os dias ela fazia questão de honrar o nome de Deus; orava, falava uma palavra e sugeria a terapia do abraço: todos deveriam ser abraçar para criar interação e ânimo entre as pessoas da equipe. Gostava de organizar tudo no setor, principalmente as festinhas. Arrumava a mesa e dividia o que cada um tinha que levar para a comemoração. Era como uma criança: alegrava-se ao ver todos reunidos, em confraternização, rindo contando casos e compartilhando experiências. O que lhe dava mais prazer era estar conectada às pessoas, de forma verdadeira.

Os que tiveram a sorte de ter passado pela vida de Nair terão para sempre seu sorriso eternizado na memória, além do exemplo de que o amor próximo é o combustível para uma alma leve e feliz.