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Narciso Monteiro de Oliveira

1955 - 2021

Não gostava de ficar parado. Estava sempre ajudando alguém, e o tempo todo com muito carinho.

Sua esposa carinhosamente o chamava de 'Nar'. O casal ficou junto por treze anos, e construiu uma linda história.

Nar passou um tempo na Argentina, e após um período, voltou para o Brasil, já que sua família mora aqui. Ele conseguiu um trabalho na cidade, onde sua atual esposa morava, e conheceu o irmão dela, e a história vocês já sabem. "Quando ele chegou, falava muito enrolado... hahaha... espanhol com português"

Narciso era motorista de ambulância. Trabalhava na Santa casa, era muito dedicado ao serviço. "Ele tinha muito medo de hospital, ou de lidar com doentes. E, foi justamente trabalhar com ambulância. Mas ele amava fazer isso, era muito carinhoso com todos", conta Elaine.

Pai de três filhos, era também um marido amoroso. Um cara de muitos amigos, sempre brincalhão, "fez muitos amigos, ajudou muita gente; não tinha preguiça, não ficava parado. Gostava de um churrasco e Coca Cola. Era intenso, e me ensinou o que era um amor de verdade", lembra a esposa, Elaine.

Era apaixonado por seus irmãos Rosa, Gel e Luiz. Sua mãe precisou criar os quatro sozinha. Helena sempre foi uma mãe exemplar, e Narciso puxou esse seu lado de amor e zelo, e cuidou dela durante um período quando ela adoeceu.

Nas horas vagas, Nar gostava de ir à oficina de um amigo, o Paulo. "Ele ia sempre que precisassem dele, e sim, preguiça não fazia parte do seu vocabulário, era até um pouco sistemático, mas de um jeito bom", conta Elaine.

Amava um bom sertanejo, seus cantores favoritos eram Milionário e José rico. Ele também gostava de ouvir as músicas da Argentina, quando a saudade batia.

Era intenso em tudo que fazia, quando gostava de algo, gostava muito, e quando não gostava, era isso e ponto. Os 65 anos que o mundo teve Narciso foram um privilégio; ele deixou ensinamentos que jamais serão esquecidos. Nar não fazia o bem só com palavras, sua vida em si era o maior ato de amor para com o próximo. Deixou um legado de bravura, generosidade e entusiasmo de viver.

Narciso nasceu em Londrina (PR) e faleceu em Londrina (PR), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Narciso, Elaine Cristina de Souza. Este tributo foi apurado por Luma Garcia, editado por Luma Garcia, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 11 de fevereiro de 2022.