Sobre o Inumeráveis

Natalino Dias da Rocha

1968 - 2021

Amava contar histórias sobrenaturais pelas casas, bares e restaurantes que frequentava.

Foi um homem muito dedicado, trabalhador e que batalhava desde criança, no norte de Minas Gerais. Ainda menino, se mudou para o Paraná junto de seus pais e irmãos, e tempos depois, passou a exercer o papel de marido, pai e a responsabilidade de dar suporte a sua nova família.

Tinha o hábito de repetir de tempos em tempos, inúmeros ditados populares comuns nestes dois estados, que aprendeu com seus pais; segundo ele, para não deixar ninguém esquecer.

Era muito teimoso e cabeça dura para algumas coisas, um traço da família, como conta a filha Liliane. Mas Natalino tinha também muitas características que eram só dele. Possuía um ótimo sexto sentido e habilidades de contar histórias sobrenaturais, algumas de experiência própria, capazes de fazer qualquer um se arrepiar.

Apaixonado pelo trabalho como eletricista encarregado, era o que mais tinha gosto em fazer, e um lugar fácil de encontrá-lo, era na direção de uma caminhonete da Copel, sempre a postos para atender sua próxima emergência dentro dos vários plantões que atendia.

Sempre muito ativo, não parava nem mesmo aos fins de semanas. Amava comer piaba e tomar sua cervejinha ao final de cada dia.

Foi um fervoroso devoto de Nossa Senhora Aparecida. Pai de duas filhas, das quais ele sempre dizia se sentir orgulhoso. Bom filho, irmão e marido. Amigo de vários, conhecido de muitos.

Diz Liliane: “Dois meses antes da sua partida havia se aposentado, mas estava longe de pensar em parar de trabalhar. Como contava a todos, iria trabalhar regularmente por mais 3 anos, e depois disso, como autônomo, comprar uma “stradinha”, construir a sua nova casa e só então, sossegar.”

Natalino nasceu em Rio Pardo de Minas (MG) e faleceu em Cascavel (PR), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Natalino, Liliane de Souza Rocha. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 23 de maio de 2022.