1942 - 2020
Loira de olhos esverdeados, um olhar que via o infinito em pura bondade, compaixão e amor.
“Ela era calma na tempestade, força na fraqueza, amor quando não se havia nada”, são estas as palavras da sobrinha Daiane que definem como era Neusa, uma enfermeira que, durante três décadas, dedicou sua vida para o próximo no trabalho no hospital. Já aposentada, lembrava com muito carinho daquela época. E mesmo fora do trabalho, também se preocupava com o outro.
Loira de olhos esverdeados, com um olhar que via o infinito em pura bondade, compaixão e amor; assim era ela, tal como um girassol, flor que tanto gostava. Sua alegria era tanta que não cabia apenas em seu rosto era vista também nas roupas estampadas que usava.
Neusa era muito religiosa, orava muito. “Pedia proteção a Deus para todos, inclusive aos que via na rua passando necessidade, e até para os animais sem-abrigo. Conversava com Deus o tempo todo, tinha até uma cadeira no quarto que dizia ser para Jesus”, conta Daiane.
Também gostava muito de cantar e tocar instrumentos musicais como violão e teclado. Dizia ela que era fácil de fazer, era só assistir aos vídeos na internet.
Com a família, era muito dedicada, mesmo com os mais distantes. Sempre mandava áudios no grupo dos familiares pelo aplicativo de mensagens. Também gostava muito de gastar, fazia piadinhas esperando o dia do pagamento.
“Todos os maiores sonhos dela foram realizados, graças a Deus; mas ela ainda tinha o desejo de comprar uma van para servir comida para os sem-teto”, finaliza Daiane, que lembra da tia junto com “os bolinhos de chuva dela, que eram os melhores e que, servidos com um cafezinho, rendiam conversas para a tarde toda”.
Neusa nasceu em Campinas (SP) e faleceu em Campinas (SP), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela sobrinha de Neusa, Daiane Dias Beck. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 13 de setembro de 2020.