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Nilson Maria Pessanha

1948 - 2021

Ensinou que estudar é a melhor maneira de modificar o que não está bom e de contribuir para a sociedade.

Nilson sempre teve estímulo ao estudo. Como homem negro e de infância pobre, ele lutou para conquistar seus desejos. Conseguiu fazer um curso de locução — era apaixonado por rádio —, cursou Direito e fez com êxito a prova da OAB. Ele se orgulhava muito disso; porém, foi no Banco do Brasil, como concursado, que pode realizar seus sonhos.

Nilson era muito trabalhador e amava o Carnaval!

Juliana, filha seu primeiro casamento, conta que ele adorava encontrar-se com ela para ver sua netinha; expressava sempre isso e falava do seu amor.

Nilson já vivia um segundo relacionamento e morava em outro local quando a pandemia chegou. Ele se manteve afastado e vivia dizendo que queria tomar logo a vacina para poder ver pessoalmente a neta, Maria Vitória e também Nely, sua irmã.

“Papi — como eu o chamava — dizia que queria tocar o nosso rosto, meu e da minha filha, e também abraçar o meu irmão Marcelo. Ele desejava, queria, ansiava pela vacina, mas infelizmente não conseguiu. A saudade é eterna. Ficou um vácuo, um vazio como acredito que ocorre com tantas outras famílias, com quem também me solidarizo."

Nilson nasceu em Campos dos Goytacazes (RJ) e faleceu em Campos dos Goytacazes (RJ), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Nilson, Juliana Maria Seabra Pessanha. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 23 de dezembro de 2022.