1964 - 2020
Sempre brincalhão, quando pediam a sua bênção, dizia: “Deus te abençoe!” e logo em seguida: “E aí, gatinha?”
“O tio Nivaldo era mais conhecido como ‘Boiai’. Era sempre alegre. Sempre que nos víamos”, conta a Aline, sobrinha do Nivaldo.
E a chamava de “gatinha”. Um carinho que marcou muito a relação dos dois. Uma pessoa de bem com todos. Tinha a voz calma e era quieto. Sempre na dele, mas era muito carinhoso. Para o filho único, foi um pai amoroso.
Vivia sempre atrás de algum doce, até parecia criança; doido por doces. Era corintiano e amava as músicas do Roberto Carlos. Dado às paixões.
Apesar de contar todos esses detalhes, a sobrinha afirma ter poucas lembranças, já que na época em que morava em São Paulo, perto dele, tinha por volta de 9 ou 10 anos.
Depois, perderam o contato. Ele se afastou da família. Ela se mudou para o interior de São Paulo. Voltaram a se falar em 2018. Foi apenas ao revê-lo que se lembrou de uma imagem guardada na memória: ele sempre alegre. A nostalgia transborda em suas palavras ao contar: “Deu um abraço gostoso em mim e me apresentou sua família. Depois desse dia, nos falávamos por videochamada”.
Ele, já no hospital, mesmo assim, estava sempre preocupado com seu filho. “Fazia chamadas de vídeo com a gente. Sempre alegre, nos mostrando que estava bem. Que não era pra gente se preocupar, que ele ia ficar bem”, diz Aline.
E, com certeza, está.
Nivaldo nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela sobrinha de Nivaldo, Aline Rodrigues de Oliveira. Este tributo foi apurado por Hélida Matta , editado por Hélida Matta , revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de outubro de 2020.