Sobre o Inumeráveis

Norberto Moreira Castilho Neto

1949 - 2021

Ensinou às filhas a terem caráter, princípios e a serem pessoas do bem.

Norberto foi casado com Irene Castilho, em uma inusitada história de amor — iniciada em um Dia de Finados, dentro de um cemitério — que durou mais de cinquenta anos. Os dois tiveram os filhos Sidnei, falecido aos 26 anos, Kátia, Viviane e Priscila, que lhes deram sete netos: Aninha, Monique, Giovanna, Giulia, João Pedro, Maria Eduarda e Mariana.

Foi um pai super amoroso e dedicado à família, e que adorava vê-la reunida. Guardava tudo de recordação dos filhos e dos netos, como cachinhos de seus cabelos e os primeiros desenhos que cada um lhe dava. Era um avô coruja, que antes de ficar doente, amava fazer salgadinhos para toda a família — e ficava esperando os elogios!

Conhecido como Seu Beto, ele passou por muitas dificuldades de saúde, mas lutava bravamente e sempre trazia consigo bons conselhos e boas palavras. Era uma pessoa que acreditava muito em Deus e frequentava a Igreja Evangélica. Vivia preocupado com as filhas e os netos, sempre lhes enviando mensagens para saber onde e como estavam.

Amava pescar e tudo que se referia à natureza. Gostava de criar os seus passarinhos, que, em dias alternados, tinham suas gaiolas colocadas sobre a mesa para facilitar sua tarefa: trocava a água, colocava a comida e as limpava.

Quando mais jovem amava tomar cerveja, comer bacalhau e frutos do mar. Era um torcedor apaixonado pelo Corinthians. Possuía uma coleção de chaveiros e quando alguém viajava dentro ou fora do Brasil, já sabia que teria que levar a lembrança do local para ele colocar na sua coleção. Era vaidoso e curtia muito debater assuntos os mais diversos em uma rede social. Às vezes, era até bloqueado e divertia-se com isso.

Norberto sempre trabalhou como autônomo fazendo pizzas, coxinhas e "fogazzas" para vender em lanchonetes e, numa certa época, teve um comércio. Aposentou-se muito cedo, por invalidez. Um problema nas pernas levou à amputação de uma delas. Além disso, teve um problema pulmonar que o obrigou a depender de oxigenioterapia o tempo todo. Acamado, passou a depender muito da esposa Irene, que sempre cuidou dele com muito carinho.

Kátia carrega consigo boas lembranças do pai: “Quando eu era criança, ele gostava de pegar seu gravador e nós ficávamos gravando músicas; amava brincar de guerrinha de travesseiros e também de esconde-esconde”.

Ela o define como homem que realizou todos os seus sonhos e desejava ver a família sempre feliz e saudável, e que deixou ensinamentos sobre como ter caráter e ser uma pessoa do bem, e reconhece que deve a ele e à sua mãe ter se tornado a mulher que se tornou.

A esposa de Norberto também foi uma das vítimas da Covid-19. Você pode conhecer mais sobre a história dela e do casal acessando a homenagem para Irene P. Castilho neste memorial.

Norberto nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Norberto, Kátia Castilho. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Larissa Reis em 11 de janeiro de 2023.