1934 - 2021
Amava andar pelo Rio de Janeiro. Era difícil não encontrá-la no Catete, Largo do Machado ou Aterro do Flamengo.
Dona Norma era filha de mãe portuguesa e de pai imigrante das Ilhas Canárias. Mulher de gênio forte, voz serena e sempre vaidosa.
Na terra natal, além de ter sido eleita Miss, conheceu seu marido, um judeu-húngado sobrevivente do holocausto. Depois, morou em São Paulo, na Praia de Mauá (Magé) e no Rio de Janeiro, onde criou os quatro filhos.
Esbanjava boa saúde e permaneceu independente até seus últimos dias. Gostava de passear pela cidade e de fazer compras. Iniciou suas andanças nas famosas galerias do Rio de Janeiro.
Sua única complicação de saúde foi um parto de risco, ao qual resistiu e seguiu a vida. Afinal, já dizia Guimarães Rosa: "O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”
Era católica fervorosa, usava sempre um pingente de Nossa Senhora no pescoço e frequentava as igrejas locais.
Norma deixou irmã, sobrinhos, filhos, netos e bisnetos e partiu ao encontro do marido e dos pais.
Norma nasceu em Bauru (SP) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo neto de Norma, Victor David Somogyi. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso, editado por Danielle Lorencini Gazoni Rangel, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 25 de maio de 2021.