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Núbia Pereira da Silva

1971 - 2020

Ensinar era sua paixão. Dedicada e carinhosa, gostava de chamar seus alunos de "minhas crianças".

Nascida em Fortaleza no ano de 1971 como a quarta dos cinco filhos de Dona Izildete, Núbia — ou tia Núbia — gostava de enfatizar que era uma leonina.

Era pessoa de sorriso largo e fácil, com uma energia positiva contagiante, sempre otimista e disposta a ajudar a todos que a procuravam, principalmente sua família. Também bastante emotiva, cujas lágrimas eram facilmente derramadas. Bastava uma situação de cunho mais emocional e Núbia já caía no choro...

Arline, sua sobrinha, conta carinhosamente: “Tia Núbia era pessoa maravilhosa, do coração de uma generosidade sem medida. Era a companhia mais alegre e formidável que alguém podia desfrutar. Amava a vida, as pessoas, a família, o trabalho, vivenciava sua religião — ela era mórmon — com muito afinco e alegria, adorava viver. Vivia cada dia com muita alegria e esperança".

Formou-se em Pedagogia pela Universidade Vale do Acaraú (UVA) e trabalhava com o Ensino Infantil, sua paixão e realização de vida. Era uma professora dedicada e carinhosa para com seus alunos e alunas que, carinhosamente, gostava de chamar de "minhas crianças".

Força de vontade e capacidade de superação fizeram tia Núbia vencer muitos desafios e conquistar um de seus maiores objetivos: SER PROFESSORA! Ela amava o que fazia e fazia o que amava. Tinha o sonho de ser escritora de histórias infantis e chegou a escrever partes de um livro, mas não teve tempo de publicá-lo.

Além disso, tinha um talento nato para desenvolver motivos decorativos e os trabalhos manuais faziam parte de sua vida. Fazia tudo com muito esmero, perfeição e paciência. Materiais diversos como plásticos, papelão, EVA, TNT e recicláveis sempre se transformavam em lindo objetos decorativos ou didáticos para as "suas crianças" ou mesmo como encomendas de clientes e admiradores de seu "hobby".

Núbia sofria de epilepsia e, como consequência de um dos medicamentos que utilizava, tornou-se uma pessoa acima do peso e, por isso, sofria preconceito por parte de algumas pessoas. No entanto, não se importava com essas atitudes que classificava como “pequenas”.

“Era uma pessoa extremamente feliz, amável, generosa, inteligente, cuidadosa com seus pais e irmãos, e com uma imensa alta estima. Costumava sempre dizer: 'Eu me amo e, depois de mim, só eu de novo'! Amava isso nela”, declara a sobrinha, que continua: “Enquanto sobrinha, sou muito grata a ela por tudo o que fez por mim e por minha família. Ela era como uma tia-mãe para mim. Sinto muito a sua falta. Toda a nossa família sentiu muito a sua partida. Para nós, é como se ela estivesse 'viajando'”.

“Todos amavam a Nubinha por seu carisma e determinação. Ela é, sem dúvida, uma das muitas vidas perdidas para a Covid-19, que deixará uma enorme lacuna na vida de quem fazia parte. Saudade eterna de você, tia Núbia! Você é um ser de luz e agora está abrilhantando o mundo espiritual. A você todo o nosso amor e carinho eternos!”.

Núbia nasceu em Fortaleza (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 49 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Núbia, Arline Maria da Silva Nobre. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias , revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Larissa Reis em 12 de setembro de 2022.