1953 - 2021
Ao fazer vibrar as cordas do violão, acompanhado de sua linda voz, entrava em comunhão com sua filha, Liana.
Carta aberta de Liana da Fonseca Figueiredo para Odivaldo, seu amado pai:
“Desde muito pequena, ouvia sua voz e os acordes do violão. Eu ficava ali, encantada com seus sons e sorrisos. Eu era a menina dos seus olhos, a 'Lica de Neném'.
Seguia seus passos, cantando e tocando muitas vezes junto com ele.
Quando seus dedos já não dedilhavam mais como antes, eu fazia as vezes no violão, só para ouvir o milagre do som da sua voz e ver o brilho do seu olhar.
Só me resta aguardar pelo momento em que ouvirei o som do violão que me deixou, e seu dedilhado, o acústico que sempre levará aos seus olhos. Suas mãos leves me colocarão no colo, afagarão minha alma e meus cabelos, e então te ouvirei novamente dizer: 'minha filha!'.
Papai, vou seguindo e ouvindo o que você sempre me disse: 'Não complique... já, já, tudo passa'.
Nossos momentos foram únicos! Hoje, caminho na certeza de que ele me acompanha.
Sigo lhe amando.
Com carinho, sua Lica de Neném!”
Odivaldo nasceu em Belém (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Odivaldo, Liana da Fonseca Figueiredo. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Denise Stefanoni, revisado por Neuclenia Ferreira e Marília Ohlson e moderado por Ana Macarini em 15 de dezembro de 2021.