Olmicio Elias Silva

1927 - 2020

Acompanhou a transformação do mundo com sabedoria, conhecimento, alegria, música e amor.

Seu Bento, como todos o conheciam, era um homem muito inteligente, lúcido e direto ao ponto. Jamais deixou de abordar e discutir as questões que afligem nossos dias. Ao longo de seus 93 anos de vida, acompanhou a transformação do mundo, reunindo muitos contos e construindo narrativas históricas tão ricas em detalhes quanto verdadeiros filmes.

Orgulhava-se de ter crescido na comunidade Piedade, de ter seu nome reconhecido, e de ter construído sua vida pela força de seu trabalho, através do qual criou seus quatorze filhos biológicos e outros três filhos do coração.

"Vovô era uma pessoa que gostava de ajudar o próximo. A vida inteira acolheu as demandas de quem precisasse de algo. Se alguém com fome batesse em sua porta, ele prontamente sairia com alimentos para matar a fome do necessitado ou da necessitada. Se alguém tivesse medo, ao lado dele, perdia; ele era protetor. Sua afetividade sempre nos inspira e nos leva pra frente."

Não à toa, o quintal de seu Bento tinha uma fonte com nascente de água bastante famosa na comunidade, pois serviu como lugar de banhar e matar a sede de muitas pessoas.

"Em muitas histórias suas, ele me disse que tinha o sonho de estudar na Ufes, que na época tinha outro nome. Disse que trabalhou com o Reitor Ceciliano Abel de Almeida, mas que nunca teve oportunidade de estudar o ensino superior", conta o neto Jocelino Júnior.

Em vida, esperou 84 anos para que um de seus descendentes fosse aluno de uma Universidade Pública. Aos 92, teve o alegria de comemorar, também, o acesso de um dos membros da família ao mestrado.

"Vovô também era a minha principal fonte oral das pesquisas e das investigações necessárias que precisaríamos fazer ao longo de nossa caminhada acadêmica."

"Vamos fazer com que seus feitos sejam colocados em nossas vidas de forma que ele se sentisse orgulhoso de cada conquista", despede-se o neto, "admirador eterno de seu Bento".