Memorial dedicado à história
de cada uma das vítimas do
coronavírus no Brasil.
Um homem que sonhava, mas realizava os sonhos também. Era intenso e alegre.
A vida difícil, de muito trabalho, não lhe tirou a dignidade.
Era bom de garfo e, para ele, não podia faltar alface no almoço.
A hospitalidade foi um dos grandes gestos dessa mulher que existiu para agregar.
Sambava com a felicidade, e não apenas nos carnavais.
Dono do abraço mais apertado e de um sorriso gigante.
Todos os dias conversava com suas plantas e seus cachorros, sem falta.
Sentia quando alguma coisa não estava bem com os filhos ou quando algo os perturbava.
Animada e festeira, curtia a vida como um presente que era renovado a cada dia.
Tinha a mania de pedir para caçar caspa na cabeça, só que na verdade ele queria mesmo um cafuné.
"Grande é o Senhor!", dizia ela.
Era fácil encontrá-lo na igreja ou com a família, sempre espalhando carisma e amor.
Floresceu por toda a vida com garra e fé, fazendo da sua existência um perfume de amor e sabor para todos.
Não perdia uma boa ocasião para fazer piada e a melhor caipirinha.
Apesar das adversidades, foi forte, resiliente, alegre e protetor.
A frase clássica que usava sempre que alguém pedia algum favor era: "Não esquenta!"
É lembrada pela força e capacidade de incutir esperança e alegria no coração das pessoas.
De riso fácil, tinha a receita perfeita de pães, bolos e para buscar a felicidade dos familiares.
Para ser feliz não precisava de quase nada: uma cervejinha com a amada Rita ou as animadas festas de família.
Gostava de contar causos engraçados da roça e fábulas antigas de bicho.
Com alegria e amorosidade viveu intensamente cada dia de sua vida.
Trabalhador e barrigudinho (pois gostava muito de cerveja), era um homem de sorriso fácil.
Dono de um sorriso genuíno, sem igual, que encantava dona Mariinha ao entoar as canções do Rei do Rádio.
Plantava, colhia e distribuía verduras fresquinhas em Carapina Grande.
Quando sentia falta das netas, batia no portão da filha só para poder dar um cheirinho e um beijinho nelas.
Mesmo quando surgia uma situação mais complicada, ele continuava tranquilo. Gostava de sorrir, brincar e bater papo.
Mulher forte, independente e amorosa, deixou belas memórias no coração de todos.
Alegre e popular, dona Maria Rosa conquistava todos por onde passava.
Tinha orgulho de ser motorista, dirigia sua Pampa feliz em colecionar histórias em cada viagem.
Alma de criança num homem de sorriso lindo, com sonhos, histórias, nomes no diminutivo e amor no aumentativo.
Ela gostava das coisas simples e celebrava a vida todos os dias.
Gostava de vender picolé nos finais de semana e organizar o Dia das Mães em família.
Acompanhou a transformação do mundo com sabedoria, conhecimento, alegria, música e amor.
Escolheu a vida de viajante em nome do amor.
Tirou o pé da estrada e deixou a vida de caminhoneiro para se dedicar à família.
Camarada alegre, que deixa de recordações o seu jeito feliz e as suas histórias mirabolantes.
Motorista amado pelos passageiros, encantava sua neta buzinando o micro-ônibus desde a esquina, só para avisar que estava chegando.
Fazia questão que a família prestigiasse suas apresentações no Centro de Vivência da Terceira Idade.
“Se está ruim é porque está perto de melhorar”, ele dizia com otimismo.
Era sempre ele quem puxava o brinde em família: "Arriba, abajo, al centro y adentro!"
Realizou o sonho de viajar de avião e, mesmo sendo sua primeira vez no céu, não sentiu medo algum, só alegria.