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Oscar Dantas Júnior

1964 - 2020

Amante da família, pai e avô querido, nunca deixou a alegria sair de cena.

Sabe aquela pessoa que, apesar dos impasses da vida, continua cheia de luz e força? Essa pessoa era Oscar. Mesmo em momentos críticos, nos quais era muito difícil encontrar forças, ele mantinha sua fé, esperança e alegria. "Colecionava bons momentos", lembra a filha.

Não media esforços para demonstrar o amor que sentia pelas pessoas em sua vida. Sempre presente como marido, construiu um casamento de muita felicidade e amor. E como amava os filhos! Não tinha o que não fizesse para vê-los bem. Expressava seu carinho por eles constantemente. Facilmente era ouvido um "Eu te amo e tenho muito orgulho de você" de Oscar para seus filhos. E não dá para falar do Oscar sem contar sobre sua paixão pelo Fortaleza. Quem o conhecia pode afirmar que ele foi o maior torcedor que já existiu.

Aos filhos, deixou a paixão pelo time, e a todos que o conheciam, deixou saudades e lembranças cheias de felicidade.

Tributo da filha, Lara Dantas.

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Oscar Dantas Júnior era apaixonado pelo trabalho que desempenhava na área da saúde, mas ainda assim esperava ansioso pelos seus dias de folga, por um motivo especial: o neto Théo. Quando não ia para o trabalho, Júnior chegava cedo na casa do neto para buscá-lo para um passeio. O lugar preferido dos dois era a praia, as vezes até bem próxima da casa deles, em Fortaleza. O importante mesmo era estarem juntos.

Aí era diversão garantida. A alegria natural de Júnior parece que se multiplicava com o neto. Ele voltava a ser criança, brincando e rindo alto. Quem estava perto se enchia de vontade de entrar na brincadeira. Dava gosto de ver.

Se não podiam ir à praia, tudo bem. Não havia tempo ruim para a alegria de Júnior. Ele reunia em casa os três filhos, os netos, os genros e noras e fazia a festa. Júnior era daquelas pessoas sempre alegres, queridas e dedicadas à família. Aquelas que a gente vive querendo ter por perto e, se conseguimos, que sorte!

Além da alegria, outra característica marcante desse pai e avô tão querido era a generosidade. Se alguém precisasse, ele fazia o possível e o impossível para ajudar, mesmo que não estivesse em uma boa situação. Era aquele amigo com quem sempre se podia contar.

“Meu sogro vai fazer muita falta porque nos ajudou até quando não podia. Fazia o possível e o impossível”, descreveu sua nora, Natália.

Quando Natália engravidou, Júnior ficou radiante com a notícia da chegada de Théo, o seu primeiro neto, com quem construiu uma forte relação de amor. No primeiro aniversário dele, o avô, amoroso, ajudou a organizar uma festa, que reuniu toda família, bem no dia das mães.

Algum tempo depois, Júnior vibrou com a chegada da segunda netinha, e com a mesma alegria e dedicação começou a organizar uma festa para o primeiro aniversário dela, mas dessa vez não teve comemoração. A festa foi marcada justamente quando começaram a aparecer os primeiros casos da Covid-19 no Brasil. Responsável, Júnior sugeriu desmarcar. “Mal a gente sabia que ele se tornaria uma vítima”, contou Natália.

Na linha de frente no combate ao novo Coronavírus, Júnior ajudou a levar conforto e cuidado para diversos pacientes e suas famílias, mas acabou contraindo o vírus. Ficou isolado em casa por vários dias até que anunciou para a família: “estou indo me internar porque estou com muita falta de ar”.

Júnior foi ao hospital onde trabalhava, onde ajudou tanta gente e onde contraiu o vírus. Lá, ele descansou.

Tributo da nora, Natália.

Oscar nasceu em Fortaleza (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha e pela nora de Oscar, Natália e Lara Dantas. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Sarah Fernandes e Mariana Coelho, revisado por Luiza Carvalho e moderado por Rayane Urani em 8 de junho de 2020.