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Osvaldino Silva

1934 - 2020

Amante das comemorações, ninguém ficava de fora da sua festa de aniversário, organizada sempre com antecedência.

Osvaldino era um homem alegre, que viveu uma história de amor que merece ser contada.

Certa vez, uma jovem chamada Onesina foi junto com a mãe passar férias na casa do irmão Helcias Brelaz, que havia estudado com Osvaldino no seminário e se tornado seu amigo.

Na ocasião, Osvaldino e Onesina conheceram-se. Um ano depois, no dia 07/01/1961, casaram-se. Da união, nasceram dez filhos: Osvaldino Júnior, Vitória Régia, Martinho Lutero, Tabita (in memoriam), Cleopas, Dorcas, Cátia, Joquebede, Verônica e Quézia.

Ele amava Deus e o servia por meio de um trabalho missionário que envolvia muitas viagens. A certa altura da vida, foi aprovado em um concurso para agente de portaria. Isso o levou a diminuir o ritmo das suas viagens, mas não o amor pela obra missionária e, sempre que era possível, continuava realizando-a.

O fato de ter recebido uma educação conservadora e o distanciamento causado pelas viagens, fez com que ele não expressasse diretamente seu afeto pelos filhos, no entanto, demonstrava seu grande amor à família por meio de atitudes.

Era um esposo, pai e avô inesquecível, devotado aos netos Daniel, Vitor, Thyeli, Tabita, Mateus, André e Débora.

Aos domingos, fazia questão de ir à igreja que amava frequentar e, apesar da idade e de alguns problemas de saúde, ele trabalhava na organização de um grupo de estudos bíblicos para meninos que se reúne aos sábados. Gostava também de participar do grupo da melhor idade.

As reuniões familiares o alegravam e o dia do seu aniversário era uma data muito especial, que ele fazia questão de organizar com antecedência. Não só nesse dia, como em outras datas comemorativas, gostava de se arriscar no violão e, embora não fosse um exímio tocador, era sempre muito divertido e gostoso vê-lo tocar.

Seu amor pela natureza era notável: plantava e colhia nos quintais dos filhos.

Outra característica de Osvaldino era seu amor pelos animais. Certa vez brigou com um carroceiro que chicoteava um cavalo por não conseguir mover uma carroça muito carregada. Nunca deixou de ter um animal de estimação, desde galinhas, jabutis... até papagaios. Mas era pelos cães que nutria uma amizade pra lá de especial. Além dos tratamentos especiais como "Bicho Feroz" os nomeava como "King". Por consequência de uma grave enfermidade, seu último "King" era cego e, antes de ser internado, Osvaldino recomendou às filhas: "cuidem do meu cachorro".

Permanecem as lembranças, a saudade e o legado que Osvaldino deixou para a família e que ficarão para sempre guardados nos corações de todos.

Osvaldino nasceu em Vigia (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Osvaldino, Veronica Brelaz Silva. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Renata dos Passos e moderado por Rayane Urani em 22 de março de 2021.