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Otacilio Vasques

1956 - 2021

Ligava todos os dias para a filha, apenas para saber se estava tudo bem.

A alegria de seu Otacilio foi sua marca registrada para todos os que tiveram o privilégio de conviver com ele. Conhecido como Tata ou Mangueira, era muito divertido e não media esforços para demonstrar o seu amor pela família e pelos amigos.

Aos 64 anos, Tata não aparentava ter essa idade. “Ele não aparentava ter depressão ou algum tipo de tristeza, e a casa dele e do meu irmão sempre foi muito cheia de amigos. Antes de falecer, ele comprou uma churrasqueira para o filho”, conta Mayara, filha caçula, por quem tinha um amor incondicional – e que era recíproco.

Vivia como um adolescente, curtindo cada momento, tomando uma cervejinha ou degustando uma costela assada (seu prato favorito) e despertando paixões por onde passava. Não deixava de ser cuidadoso e extremamente amoroso com aqueles à sua volta, especialmente com a filha. “Ele me ligava todos os dias só para saber se estava tudo bem”, lembra Mayara.

Trabalhou por muitos anos em um hotel e incentivou os seus filhos a estudarem. Amava fazer caça-palavras e assistir a programas de auditório de perguntas e respostas. Era superinteligente.

Apaixonado, mesmo após o falecimento de sua esposa, mãe dos seus dois filhos, não deixou de conquistar e se permitir viver outros amores. Muito vaidoso, sempre que saía do trabalho, tomava banho e se arrumava para os seus encontros, sempre com a sua bicicleta.

Tata deixa saudades em todas as pessoas que o amavam, sendo inesquecível para Toco, Toquinho e Toco Velho, apelidos carinhosos que deu para a filha e para as netas.

Otacilio nasceu em Anastácio (MS) e faleceu em Campo Grande (MS), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Otacilio, Mayara Rocha Vasques. Este tributo foi apurado por Aline Mariane, editado por Aline Mariane Fernandes, revisado por Elias Lascoski e moderado por Rayane Urani em 19 de novembro de 2021.