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Paulo César de Souza

1961 - 2020

Um autodidata, que se emocionava ao som de blues. Um grande observador da alma humana.

Amante da história do Brasil e apaixonado pelo seu país, Paulo gostava de discutir política e gostaria de ter sido jornalista. Era autodidata e considerado um exímio observador do ser humano.

PC, como era chamado, trabalhava como motorista para dar às filhas Shalom e Shedê, que eram o motivo de orgulho para seu pai coruja, a melhor educação possível. Sua maior preocupação era com a formação delas enquanto pessoas. Seu maior objetivo era vê-las formadas e felizes.

Paulo dava muita atenção aos que amava, “fazia questão de ter notícias dos amigos sempre”. Pessoa inigualável, "era capaz de tirar de si para dar aos outros” diz Denise, a amiga do peito.

Se preocupava com coisas importantes do mundo e sempre se questionava sobre que tipo de pessoas os filhos seriam, sobre como andavam os amigos ou mesmo sobre quando voltaria naquele bar que tocava blues. Que coração grande tinha!

Paulo tinha um senso de justiça imensurável, queria viver as coisas que o universo lhe reservou, conhecer o mundo: “Nova York um dia, ou Paris”. Um grande cara! Apaixonado pela vida e um eterno otimista: “Eu vou ficar bom sim”.

Hoje o saudosista que gostava de flashbacks e de tomar uma cervejinha é saudade para todas as vidas que tocou.

Testemunho enviado por amiga de Paulo. Este tributo foi editado por Victória Spínola e revisado por Rosana Forner.

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Curtir um flashback, tomar uma cervejinha bem gelada e falar de política com os amigos,uma típica cena do Rio de Janeiro, em que Paulo Cesar, mais conhecido como PC, gostava de fazer parte.
Manobrista e motorista, muito gente boa, este autêntico carioca era apaixonado por seu país e sua história.

Tricolor apaixonado, era casado com Cleide,com quem teve suas filhas- Shalom e Shade- as paixões de sua vida. E como tinha orgulho dessas meninas! Queria vê-las formadas, felizes... Este era seu objetivo: que tivessem uma educação de excelência e se tornassem boas pessoas. Trabalhava para proporcionar o melhor às duas. Seu enorme senso de justiça e a bondade no coração com certeza foram seu maior legado para ambas.

Era muito dedicado aos verdadeiros amigos, um amigo dos amigos. Dava muita atenção a eles e fazia questão de ter sempre notícias. Capaz de tirar de si para dar aos outros.

Muito observador do ser humano, autodidata em vários assuntos.
“Um grande cara. Fará muita falta”, observa a amiga Denise.

Numa noite maravilhosa, num daqueles barezinhos tipicamente cariocas, tocava um blues e ele se encantou com o ambiente, com a música... Tirou fotos, curtiu muito. Planejava voltar lá, um dia. Infelizmente, não deu tempo.

Queria ter sido jornalista, mas não teve oportunidade.

Queria viajar, conhecer Nova York ou Paris, mas o tempo não o esperou. Tinha planos de viver muita coisa boa ainda.

Uma pessoa comum, um filho de Deus (em quem muito acreditava), que se manteve otimista. "Eu vou ficar bom, sim", repetia ele até o fim.

Paulo nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido amiga de Paulo. Este texto foi apurado e escrito por Marilza Ribeiro, revisado por Cristina Magalhães e moderado por Rayane Urani em 31 de maio de 2020.