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Paulo César Vicente Ferreira

1967 - 2021

Quando contava piadas ele mesmo ria, fazendo com que a sua gargalhada fosse mais engraçada que a própria piada.

Tinha um caráter admirável e muito respeito pelas pessoas. Possuía um jeito próprio de brincar, dizendo: “Positivo?” Como quem pergunta se está tudo bem com a pessoa.

Gostava de chamar os outros de lindão ou lindona e de brincar dizendo: “Ô 'fulano' cala sua boca...”. Era dono de uma risada muito gostosa e contagiante. Contava muitas piadas, algumas delas repetidas e, quando as contava, ele mesmo ria primeiro e aí os outros acabavam rindo muito mais de sua risada do que propriamente da piada.

Paulo ajudava todos à sua volta e era uma pessoa muito querida. Amava muito a família. Contava com gosto as histórias de quando era pequeno e nelas destacava como sentia falta de sua mãe e dos cafunés que ela fazia.

Era o churrasqueiro oficial da família e gostava de fazer passinhos de dança nas festas de família para que os presentes o acompanhassem. As últimas vezes que ele dançou foi com a neta. Sempre que a via chegando corria para lhe dar um beijo e um abraço e, logo em seguida, ligava a TV para eles dançarem e fazerem bagunça juntos.

Joline conta saudosamente: “Meu pai era muito amoroso. Falava sempre pra mim: “Ô 'fia', o pai te ama”. Contava como eu era, quando pequena, e era muito bom ouvir sobre mim aos olhos dele. Essa mesma saudade que os olhos dele mostravam sobre a minha infância é a saudade dele que eu vou carregar pra sempre".

"Agradeço a Deus por ter tido o Paulo César como meu pai. Pai eu sinto muito a sua falta. Eu te amo!"

Paulo nasceu em Catanduva (SP) e faleceu em Catanduva (SP), aos 54 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Paulo, Joline Ferreira Saldanha. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 4 de maio de 2022.