1956 - 2020
Mais que um pai, ele foi a faculdade, a música, o pôr-do-sol, a maior lição de amor desse mundo.
Lucas escreveu a seguinte homenagem ao pai:
"Pai, onde estiver, saiba que eu te amo. Que seu coração é o mais puro que um homem jamais poderia ter! Eu sei.
Eu queria você ao meu lado para propriamente me despedir, por isso estou sofrendo tanto. Suponho que não deu porque seria impossível.
Pensei: ainda teria 37 anos para preocupá-lo, para abraçá-lo, para escutá-lo e não o escutar também. Afinal, os Amorins deveriam viver muito, como o vovô de 101 anos. Porque os da família passam pela Terra com muito a aprender. Entretanto, você aprendeu rápido demais.
Nessa hora você é a minha música, sabia? Atualmente, o pôr do sol também. De alguma forma, foi para nós que mudou a estação. Do rádio, do clima, de tudo.
Bem! Você sempre foi legal comigo. Tentava o impossível e é ilegal não reconhecer. Bom astral, pensar contigo muda o nosso mundo, especialmente de noite, embalado pelo som. Você foi minha faculdade e sou orgulhoso disso. Não o teria trocado por nada.
Agora você é um astro lá em cima. Porque pensar em astro me ilumina e também aquece. É coração sem mais divisa alguma, a ampulheta sem termo. Isso significa algo muito elevado, mas que não compreendo ainda.
Só sei que você é aquele que pode falar de peito aberto: 'Confesso que vivi'. Isso, parafraseando a mamãe, que citou Pablo Neruda.
Faltou-lhe ar de tanto amar.
Descanse, pai."
Paulo nasceu em Santos (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Paulo, Lucas Fernando Vasconcelos de Arruda Amorim. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Joaci Pereira Furtado, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 1 de janeiro de 2021.